O governo da China voltou a endurecer o tom em sua política externa ao afirmar, nesta quinta-feira (18), que a América Latina e o Caribe não são o “quintal” de nenhuma potência. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, em resposta às críticas sobre a crescente presença econômica do país na região.

Segundo Jian, os países latino-americanos têm o direito de escolher livremente seus parceiros de cooperação e seus caminhos de desenvolvimento, sem sofrer imposições externas. Ele ressaltou que qualquer tentativa de pressionar ou coagir governos locais a tomar partido em disputas geopolíticas é uma forma de interferência inaceitável.

O posicionamento ocorre após reportagens de veículos como The Economist e The New York Times indicarem que a Casa Branca estaria adotando uma postura agressiva para conter a chamada “influência chinesa” em países como Venezuela, Brasil, Colômbia e México. Pequim rebateu afirmando que os Estados Unidos deveriam priorizar ações concretas para o desenvolvimento regional, em vez de promover divisão e instabilidade.

“Qualquer tentativa de obstruir a cooperação mutuamente benéfica entre a China e a América Latina fracassará”, declarou Jian. Ele ainda classificou práticas de “pressão, coerção, intimidação e tirania” como estratégias cada vez mais impopulares e ineficazes no cenário internacional.

O discurso reforça a disputa crescente por influência política e econômica na América Latina, região que se tornou estratégica tanto para os EUA quanto para a China em temas como energia, infraestrutura e comércio.