Geral
Marcos Valle sobre Sergio Mendes: 'Estilo próprio que ampliou a música brasileira'
Compositor carioca ressalta legado do músico, que morreu nesta sexta (6)
O cantor e compositor Marcos Valle lamentou a morte do amigo e parceiro musical Sergio Mendes, nesta sexta-feira (6). Para o carioca, Mendes era dono de um estilo próprio. Valle lembrou um pouco da trajetória do pianista:
- Sergio Mendes tinha um jeito de tocar só dele, talento de grande harmonia, estilo mesmo. Fez o disco chamado "Você não ouviu nada igual", que trazia um arranjo especial para "Ela é carioca", música do Tom Jobim. Esse disco chamou super atenção, e ele começou a se apresentar muito no Beco das Garrafas, onde não só intérpretes, cantores e compositores faziam show, mas também muitos grupos instrumentais que foram importantes na Bossa Nova. Sergio foi um dos craques.
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A determinação de construir uma carreira artística fora do Brasil marcou a trajetória de Mendes, lembra Valle:
- Ele sempre teve essa intenção e organização, que não são muito comuns nos músicos profissionais, geralmente, mais sonhadores. Mas ele tinha esse lado que foi muito importante. Foi para os Estados Unidos e fez um grupo lá. Primeiro, com Wanda Sá, Jorge Ben e Rosinha de Valença. Mas as pessoas saíam porque queriam continuar a fazer suas carreiras no Brasil. Em seguida, eu também fui para lá e participei durante um ano e meio do grupo . Foi ótimo, a gente percorreu os Estados Unidos. Depois, voltei.
Sergio Mendes permaneceu fora do Brasil e, ao perceber que não nenhum brasileiro fincava raízes com ele por lá, começou a estabelecer parcerias com músicos americanos.
- Foi assim que ele achou a Lani Hall, que estourou junto com o grupo - lembra Valle. - Com ele, Sergio foi descoberto pelo Herb Alpert do The Tijuana Bras, que tinha uma gravadora importante, a AM Records. Ele viu no Sergio o estouro da música brasileira e gravou seus discos. Não deu outra: estourou. Sergio soube mesclar o samba jazz com toques de Bossa Nova. Também também tinha o lado pop e de Beatles, de quem gravou muitas músicas.
Por tudo isso, Valle ressalta que Sergio Mendes teve uma importância além da Bossa Nova. Na verdade, que se soma a ela.
- A Bossa Nova já tinha estourado, mas ele trouxe a vertente do samba jazz um pouco mais black, uma música preta misturada. Aí, realmente ampliou todo o panorama da música brasileira que acontece até hoje. É por causa disso que até hoje eu fico fazendo turnês. Na semana que vem mesmo, estou indo para os Estados Unidos. São ecos de tudo isso que aconteceu. Lamento profundamente sua morte, mas ele deixou o legado que as pessoas agora vão lembrar e escutar tudo outra vez.
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