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'Ainda estou aqui': qual a história do filme que colocou Fernanda Torres no radar dos prêmios internacionais de cinema?
Longa dirigido por Walter Salles foi aplaudido por 10 minutos no Festival de Cinema de Veneza no domingo (1)
'Ainda estou aqui', filme que apresentado no domingo (1) no Festival de Cinema de Veneza, recebeu dez minutos ininterruptos de aplausos e elogios da crítica internacional. A atriz Fernanda Torres, protagonista do longa dirigido por Walter Salles, foi apontada como candidata ao prêmio de melhor atriz e até mesmo como possível indicação ao Oscar. O longa ainda não tem data de estreia nos cinemas brasileiros.
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O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito pelo jornalista, dramaturgo e escritor Marcelo Rubens Paiva, em 2015. O livro deu ao autor seu terceiro prêmio Jabuti e valeu uma indicação ao Oceanos pela narrativa da história de sua família: o assassinato de seu pai pela ditadura militar e a busca de sua mãe pelo companheiro e por Justiça.
No filme de Walter Salles, Eunice Paiva é interpretada por Fernanda Torres e por Fernanda Montenegro em idades diferentes da personagem. Selton Mello faz o papel de Rubens Paiva, engenheiro civil e político brasileiro dado como desaparecido durante a ditadura militar.
Eunice e Rubens Paiva tiveram outros quatro filhos além de Marcelo: Vera Sílvia, Maria Eliana, Ana Lúcia e Maria Beatriz. Desde o desaparecimento do marido, Eunice iniciou uma busca pela verdade e por justiça - é essa a história contada em "Ainda estou aqui". Ela e a filha Eliana, então com 15 anos, foram presas pelos militares no mesmo dia que Rubens Paiva. Eliana foi solta na manhã seguinte, mas Eunice ficou 12 dias incomunicável.
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Eunice tentou diversas vezes que o governo brasileiro investigasse o desaparecimento de Rubens Paiva, mas os militares fabricaram uma versão em que o político teria sido sequestrado por desconhecidos e estava desaparecido desde então. Foram décadas de luta de Eunice e de sua família pelo esclarecimento do crime, o que só aconteceu em 2014. A Comissão Nacional da Verdade, que investigou desparecimentos, torturas e mortes durante a ditadura militar, denunciou o ex-tenente do Exército Antônio Fernando Hughes de Carvalho como assassino. Rubens Paiva foi torturado e assassinado em um quartel, em janeiro de 1971, e seus restos foram jogados no mar dois anos depois, após seu corpo ser enterrado e desenterrado diversas vezes pelos militares.
No mesmo ano, a Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público contra cinco militares acusados de envolvimento na morte de Rubens Paiva. Eles são acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, associação criminosa e fraude processual. Em abril de 2024, o Conselho Nacional de Direitos Humanos reabriu a investigação.
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