O primeiro aviso de que poderia haver algo errado com os Andy Warhols que uma família de colecionadores de arte vinha comprando através de uma galeria de Miami veio em dezembro passado. Quando a família decidiu vender algumas das obras, a casa de leilões Christie’s questionou sua autenticidade.

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O negociante de arte da família, Leslie Roberts, da Miami Fine Art Gallery, fez de tudo para tentar tranquilizá-los de que eram autênticos, segundo as informações que constam em processo judicial.

Um e-mail de uma pessoa que a galeria disse ser seu contato na Fundação Andy Warhol para Artes Visuais alegou que as obras eram legítimas, diz o documento. Duas pessoas foram à casa da família na Flórida com cartões de visita, alegando que eram avaliadores de uma casa de leilões rival, a Phillips, e proclamaram que as obras eram autênticas obras de Warhol.

Mas essas garantias desmoronaram após um exame mais detalhado, de acordo com a ação judicial que a família – Matthew, Judy e Richard Perlman – moveu contra Roberts e a galeria no tribunal estadual de Miami.

O endereço de e-mail que alegava ser do contato na fundação Warhol era aparentemente falso, terminando em “@andywarholfoundation.co”, enquanto o domínio de e-mail real da fundação é “@warholfoundation.org”, dizia o documento. E a Phillips disse que não contratou as duas pessoas que visitaram a casa da família para avaliar as obras e que os cartões de visita que apresentaram eram falsos, afirma o processo.

“Les Roberts e Miami Fine Art Gallery são fraudadores”, diz o processo, que acusa os réus de enganar a família para que pague mais de US$ 6 milhões por Warhols fraudulentos.

Contatado por telefone, Roberts, diretor da Miami Fine Art Gallery, negou veementemente a versão dos acontecimentos do processo, dizendo que sentia que estava sendo injustamente caluniado e que Matthew Perlman foi um parceiro ativo e trabalhou ao lado dele por “cada uma” das compras de arte.

Ele disse que alguns dos Warhols vieram da fundação, mas que muitos outros vieram de galerias “sofisticadas” que ele considerava fontes legítimas de arte. Ele disse acreditar que a família Perlman gastou menos de US$ 6 milhões. E negou ter contratado os avaliadores que diziam ser da Phillips.

Roberts, 63 anos, se declarou culpado de fraude postal em 2015 e cumpriu pena de prisão depois de reconhecer aos promotores que ele e seus filhos haviam fraudado clientes ao vender-lhes pinturas falsificadas, de acordo com documentos judiciais.