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Sétimo dia de Silvio Santos: o que a família não pode fazer na primeira semana após enterro judaico; entenda

Apresentador e dono do SBT morreu no último sábado (17) e foi sepultado no dia seguinte, conforme determinado pelo judaísmo

Agência O Globo - GLOBO 23/08/2024
Sétimo dia de Silvio Santos: o que a família não pode fazer na primeira semana após enterro judaico; entenda
Sétimo dia de Silvio Santos: o que a família não pode fazer na primeira semana após enterro judaico; entenda - Foto: Reprodução

Os primeiros sete dias após o enterro de uma pessoa na tradição judaica correspondem para os mais próximos à chamada shivá. Apesar de evangélica, a família de Silvio Santos, que morreu no último sábado (17) aos 93 anos, atualmente passa por esse período. O apresentador e dono do SBT pediu à esposa, Íris Abravanel, e às filhas que fossem seguidas as recomendações do judaísmo, religião a que pertencia, após a sua morte.

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O que diz a tradição judaica?

As leis do luto judaico, reunidas pela associação Chevra Kadisha de São Paulo, aliás, determinam uma série de normas para este período inicial. Os enlutados não podem:

calçar sapatos de couro;

cortar cabelos;

aparar as unhas;

trabalhar;

tomar banho por prazer (”Por motivos de higiene é permitido, mas só com água fria”, diz o texto);

passar cremes no corpo;

relações conjugais;

lavar ou passar roupas nem usar roupa nova ou recém-lavada e passada;

cumprimentar usando a expressão “shalom” (comum entre os seguidores para saudações);

enviar presentes;

participar de festas nem ouvir música ou assistir televisão.

Após o término da shivá, com orações e outros procedimentos, é comum para algumas pessoas calçar de volta os seus sapatos comuns e trocarem de roupa. Algumas pessoas saem de casa para um passeio pela rua, “com a finalidade de ‘acompanhar a alma’ que agora deixa a casa na qual realizou-se a Shivá”.

Outras pessoas também preferem realizar um ritual de reza pela alma do morto durante uma visita ao túmulo (exceto se for um sábado). Nos últimos dias, conforme informou O GLOBO, o controle no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo, onde Silvio Santos foi enterrado foi reforçado devido a procura por visitações. A instituição estava pedindo comprovação de que a pessoa realmente pertence à religião.

“A pessoa que, por qualquer motivo (exceto doença) não cumpriu nenhuma das observâncias da Shivá durante os sete primeiros dias, deverá compensá-Ia por 7 dias dentro dos primeiros trinta dias”, diz o texto das leis do luto judaico.

Morte de Silvio Santos

O apresentador morreu no último sábado (17) aos 93 anos, por decorrência de uma broncopneumonia após uma infecção por Influenza (H1N1), de acordo com o boletim médico do hospital Albert Einstein, onde o apresentador estava internado.

Entre os seus últimos pedidos, Silvio Santos afirmou que não queria um velório. O dono do SBT queria que seu corpo fosse logo levado para o cemitério e que a cerimônia de despedida fosse restrita à família e a amigos próximos. Todos os ritos de despedida serão feitos de acordo com a tradição judaica, religião do empresário. Sua ideia, segundo comunicado divulgado pelas filhas, era ser lembrado com alegria.

Silvio deixa a mulher, Íris Abravanel, seis filhas, 14 netos e quatro bisnetos.