Geral
Lollapalooza teve dias de chuva, animação e muitos hits em sua 11ª edição
Titãs e Gilberto Gil encabeçam a lista de brasileiros que marcaram o festival deste ano; entre os estrangeiros, Offspring e Hozier deram seu recado
Chegou ao fim, nesta madrugada, a 11ª edição do Lollapalooza, festival que nos últimos três dias reuniu no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, dezenas de cantores e bandas nacionais e estrangeiras. A diversidade de estilos animou, segundo estimativas, os cerca de 260 mil fãs que compareceram ao evento. É verdade que choveu, e muito, provocando contratempos aparentemente inevitáveis, mas o saldo foi positivo.
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Tudo funcionou bem nos palcos. Ficaram para a história, por exemplo, os veteranos dos Titãs, que deram uma aula de como se faz um potente show de festival. Pela última vez unidos sob a turnê “Encontro”, os roqueiros serviram, no sábado à noite, um banquete de hits, caso de “Marvin”, “Diversão” e a apoteótica “Sonífera ilha”. A parte acústica do show — mais celebrada pela plateia — teve “Pra dizer adeus” e “Epitáfio” como pontos altos. Foi um dos momentos mais bonitos do Lollapalooza 2024.
A apresentação, que terminou na madrugada de ontem, teve ainda uma transmissão em telões para lá de inteligentes, com bons closes nas performances de Branco Mello, Paulo Miklos, Charles Gavin, Nando Reis, Sérgio Britto, Arnaldo Antunes e Tony Belotto. O cenário de cores vibrantes também ajudou no belo visual.
Outro brasileiro que fez bonito (como sempre) foi Gilberto Gil. Em boa forma, excelente humor e com voz em dia, ele encarou ontem uma multidão nas horas finais do evento.
A apresentação teve início com a oitentista “Punk da Periferia”, mas foi mesmo com a segunda faixa da seleção de canções, “Realce”, que certa atmosfera de louvação ao artista se estabeleceu em Interlagos. Não demorou para que o coro de “Gil, eu te amo” brotasse do público.
A seleção de canções passou por “Não chores mais”, “Aquele abraço”, “Palco” (com alto entusiasmo da plateia) e por aí afora. À vontade, Gil se mostrou satisfeito com a multidão de “meninos” reunidos para vê-lo.
No fim das contas, cada um a seu modo, os brasileiros da programação do Lolla subiram o grau de dificuldade para os headliners internacionais, normalmente foco de destaque do festival.
O Blink, enfim
Entre os grupos estrangeiros, o Blink-182 finalmente deu o ar da graça. A despeito no público cativo no Brasil, os californianos nunca haviam pisado no país para se apresentar em 30 anos de carreira, e foram recebidos com louvação na primeira noite do festival. A plateia estava combalida pela chuva e o frio, mas não economizou no gogó. Foram hits atrás de hits. Valeu a espera.
Ainda no clima de nostalgia dos anos 1990 e 2000, o evento teve as boas apresentações do The Offspring, com o frontman Dexter Holland carregando no carisma (e nos hits) e um Limp Bizkit desbocado e pesadão fazendo uma ode à eterna adolescência da Geração X. Já o simpático Kings of Leon mandou seu indie rock radiofônico bem-feito, mas sem grandes peripécias. Deu o recado, agradeceu, foi-se.
E no domingo o Nothing But Thieves ainda apresentou seu som variando entre o rock alternativo e um indie mais dançante. Mostrou-se um bom expoente da nova geração do rock britânico, e certamente levou na bagagem de volta para casa alguns fãs extras.
Outras duas atrações se destacaram nas tardes do festival: o irlandês Hozier — que estabeleceu, no sábado, um clima intimista e roqueiro para um público bastante fiel — e os britânicos do Jungle, cuja releitura da disco music com sabor de soul foi capaz de transformar o gramado do Lolla numa deliciosa discoteca, no primeiro dia de evento.
Dá para melhorar
A chuva que castigou o autódromo nos dois primeiros dias de evento elevou bastante a quantidade de perrengues. Com as intempéries, o tráfego entre os dois palcos principais tornou-se uma prova de rally na lama — e as “passarelas” criadas para o público desviar do barro não eram suficientes para o trânsito tranquilo. Ficava difícil chegar de um ponto a outro sem perder valiosos minutos de alguma apresentação.
O lamaçal também ilhou as concorridas mesas para alimentação que estavam disponíveis, dificultando muito a tarefa de fazer um lanchinho entre os shows.
Da próxima vez, por exemplo, a organização do evento pode providenciar plataformas mais elevadas para o tráfego sobre a lama e gerir melhor as demoradas filas ao banheiro.
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