Geral
Mulher queima o rosto com produto de 'skin care'; especialista aponta para os riscos do uso indiscriminado de cosméticos
O uso em excesso destes produtos pode ter efeitos negativos na saúde da barreira cutânea
Uma mulher viralizou no X (antigo Twitter) nesta semana após compartilhar um antes e depois da sua pele. No relato publicado, ela conta que queimou seu rosto e alterou a qualidade de sua barreira cutânea por conta do uso contínuo de um ácido. Este caso reflete o risco da recente obsessão com a cultura do skin care (cuidado com a pele, em inglês), inaugurada como tendência nas redes sociais e plataformas de vídeo.
"Cuidado com uso de ácidos", escreveu a usuária na legenda da publicação.
Quando os cuidados viram pesadelo
Sérum, colágeno, peeling e ácido hialurônico, antes terminologias técnicas, são palavras que já se instalaram no vocabulário rotineiro de milhões de brasileiras, sejam as chamadas "crianças Sephora", adolescentes ou adultas. No entanto, essa busca incessante por cada vez mais produtos para inserir nas rotinas de beleza, alimentada pelas pressões estéticas, dá origem a um transtorno chamado cosmeticorexia e apresenta riscos para a saúde da derme.
De acordo com a dermatologista Ana Carolina Sumam, membro titular das Sociedades Brasileiras de Dermatologia e de Cirurgia Dermatológica, as influenciadores apresentam um papel chave nesse fenômeno, pois são visadas como exemplos de rotinas de belezas ditas "ideais".
— É aquela famosa história, que antigamente a gente falava que não podia copiar a receita da amiga. Hoje não se copia a receita, se copia a rotina de skin care — explica.
Um dos "ácidos" mais famosos e procurados em lojas de cosméticos, chamado retinol (ou vitamina A₁), associado ao rejuvenescimento por sua capacidade, já comprovada cientificamente, de diminuir rugas e linhas de expressão.
— O retinol que tem sido amplamente divulgado nas redes sociais como um ativo maravilhoso e estritamente necessário para rotina. Mas isso não significa que todo mundo possa usar deliberadamente, que qualquer tipo de pele vai aceitar ele bem — alerta a especialista.
Os efeitos colaterais que podem derivar deste uso em excesso e indiscriminado de cosméticos são diversos. Mas uma coisa eles tem em comum: prejudicam a barreira cutânea, responsável pela proteção da derme.
— Um efeito colateral que a gente observa com muita frequência, por exemplo, é a sensibilização ou até mesmo queimadura da pele pelo uso de ácidos de forma inadequada. E aí o paciente acaba arrumando um problema onde não existia — afirma.
Outras complicações possíveis, citadas pela dermatologista, são o aparecimento de dermatite de contato, dermatite atópica, piora da rosácea e erupção acneiforme. Por isso, é recomendado o acompanhamento feito por um profissional no tratamento de qualquer questão envolvendo a pele.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado
-
5DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados