Geral
Em Palmeira, um museu de novidades: pensando no futuro, políticos repetem o passado

Viúva com cofre cheio a cobiça é maior
Em 2016 o final do mandato do prefeito de Palmeira dos Índios James Ribeiro foi marcado por uma disputa interna. Três secretários disputavam a atenção do gestor para sucedê-lo na campanha eleitoral. Na Câmara de Vereadores nenhum dos edis da bancada do governo se insinuava para tal disputa. Apenas três vereadores (um deles recém-chegado na oposição) se mostravam a fim de ir à luta pelo posto de chefe do Executivo.
O que parecia ser o fortalecimento do grupo político da situação, com três secretários (para ser escolhido dois candidatos – prefeito e vice) e com apoio da maioria absoluta da bancada de vereadores foi o ocaso e o esfacelamento do grupo político que comandava o município há oito anos.
Rodrigo Gaia, Antonio Fonseca e Verônica Medeiros disputaram palmo a palmo a preferência de James para ser seu sucessor. Foram quase seis meses de disputa interna renhida que deixou sequelas entre os contendores.
A ex vice-prefeita Verônica Medeiros foi a vencedora e saiu como candidata do grupo. Fonseca foi para a oposição e Rodrigo Gaia rompeu aliança histórica que incluía laços familiares com o então prefeito e lançou candidatura própria que não chegou ao final. A bancada de vereadores fez o papel que lhe cabia. Ligada à situação, durante a eleição cada um lutou por si e a majoritária “que se dane”.
E danou-se. Grupo fragilizado perdeu força política e foi derrotado pelo “fenômeno”
Júlio Cesar, gestado nas hostes tucanas de Téo Vilela que dois anos antes o lançara candidato ao governo, porque o governador não tinha candidato próprio que concorresse a sua sucessão. A candidatura ao governo fortaleceu eleitoralmente o então vereador César.
Saindo do PSDB e filiando-se ao PSB Júlio César convidou o vereador-oposicionista Márcio Henrique para vice-prefeito e selou o destino da vitória anulando um concorrendo direto. Para ajudar mais ainda o “fenômeno” Júlio Cesar, mesmo que não tenha sido combinado, o PT lançou Sheila Duarte que amargou o terceiro lugar naquela eleição.
Passados quase sete anos (Julio Cesar foi reeleito como James havia sido) e o quadro se assemelha a dantes. É um museu de grandes novidades, diria Cazuza. Ou o poeta reforçaria dizendo que estaria vendo o futuro repetir o passado.
Dessa vez nenhum secretário se dispõe a ir à luta. Mas uma ameaça aos pretendentes da Situação atual vem do companheiro de chapa de Júlio Cesar, o vice Márcio Henrique, que arriscou seu prestígio na eleição passada e foi terceiro lugar na cidade para deputado-federal.
Na Câmara de hoje, que domina o Executivo há alguns anos e se confundem entre si, três nomes surgem para a disputa: Pedrinho Gaia, Cristiano Ramos e novamente Sheila Duarte.
Pedrinho é o mais independente entre eles e traça caminho livremente. Cristiano Ramos e Sheila Duarte dependem do Executivo para alçar voo próprio e para isso já negociaram a entrada na gestão. Cristiano foi para a Educação (sem entender muito do traçado) e Sheila vai para a saúde e ainda quer arrastar o prefeito (ex-bolsonarista) para a sua legenda, o PT.
Para os analistas a disputa interna entre Márcio, Cristiano e Sheila irá enfraquecer o grupo situacionista mais adiante. É inevitável o rompimento. Os preteridos irão boicotar o preferido.
Novamente é o futuro repetindo o passado.
A oposição se souber jogar com um nome viável poderá sair vitoriosa.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
3ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
4REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
5DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados