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Cadeia Produtiva do Leite se articula para superar crise gerada pela pandemia de coronavírus

24/12/2020
Cadeia Produtiva do Leite se articula para superar crise gerada pela pandemia de coronavírus

A pandemia do novo coronavírus afetou todos os setores do mercado, incluindo a Cadeia Produtiva do Leite e Derivados de Alagoas, impactando diretamente produtores de leite e empresários de laticínios do estado. As consequências foram sentidas, principalmente, por laticínios que atuam como fornecedores no mercado de hotéis, bares, restaurantes e lanchonetes, passando a ter dificuldades para pôr seus produtos no mercado; pequenos fornecedores de leite também sentiram bastante esse impacto.

Já para as indústrias maiores, de leite UHT e leite em pó, e seus fornecedores, a pandemia não trouxe tantos prejuízos. Em maio, com o auxílio emergencial do Governo Federal, o setor de leite se beneficiou e o mercado ficou aquecido para todos os derivados de leite, com aumentos expressivos nas vendas de leite UHT e queijos.

Analista da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento do Sebrae Alagoas, Marcos Fontes, destaca que entre junho e julho, o dólar alto também favoreceu as exportações de soja e de milho, o que acabou elevando os custos da produção de leite. Ele também reforça que em alguns estados como Alagoas, Sergipe e Pernambuco, com indústrias maiores, o aumento de preço foi repassado para o consumidor, fazendo com que essas indústrias atuassem com margem mais confortáveis.

O analista ainda falou sobre o panorama em outros estados. “Já em outros estados que têm a predominância de pequenas queijeiras, com uma menor capacidade de repassar o preço para o consumidor, elas tiveram que absorver uma parte do custo de produção de leite e elas trabalharam com margens um pouco mais apertadas. Em agosto, setembro e outubro, as importações já se concretizavam, os preços foram estabilizados no patamar de R$2 o litro, às vezes um pouco mais, um pouco menos”, frisa.

Alternativas para superar a crise

Para contornar os efeitos da crise, as pequenas empresas buscaram alternativas como capacitações e consultorias do Sebrae Alagoas. Um deles foi o produtor de leite Praxedes Francisco da Silva, proprietário da fazenda Boi de Carro, no munícipio de Penedo, que comparou o período da pandemia a uma seca no Sertão.

O aumento do preço dos grãos prejudicou a alimentação de seus animais, mas o produtor, que já recebeu várias soluções do Sebrae Alagoas deseja que 2021 seja um ano melhor para a cadeia. “Espero que ano que vem o negócio melhore mais e as atividades voltem ao normal para a gente produzir mais e ganhar mais dinheiro. Nos últimos anos tive assistência do projeto Balde Cheio pelo Sebrae e cooperativa Pindorama. Graças a esse apoio aprendi muito e desenvolvi minha atividade”, ressalta.

A crise ainda foi sentida pelos laticínios. A Búfalo Bill, empresa do munícipio de São Luiz do Quitunde, que atua com a produção de lácteos derivados do leite de búfala como uma grande variedade de queijos, doces e bebidas lácteas, teve queda no faturamento. Mas, para contornar essa fase, buscou acessar novos mercados e consultorias do Sebrae, é o que diz o empresário Alberto Couto.

“Com a queda do faturamento, abrimos vendas em Maceió, posteriormente e gradativamente, fomos diminuindo as vendas externas. O principal desafio nesta pandemia foi encontrar uma maneira de honrar nossos compromissos com colaboradores e fornecedores”, afirma.

Para fortalecer o negócio, o empresário buscou a consultoria de Boas Práticas de Fabricação para Empresas de Alimentos e Bebidas, por meio do Sebraetec, com subsídio de 70%. De acordo com Marcos Fontes, o ano de 2020 foi marcado pelo aumento da demanda por orientações no setor de leite e derivados, tanto da parte dos produtores de leite, quanto da parte dos laticínios.

“Podemos dizer que a demanda por consultorias do Sebrae para esse segmento foi em torno de 25% superior ao ano de 2019. Ouvimos muito dos empresários que eles tinham o desejo de fazer a coisa do jeito certo. Sentimos uma vontade, um desejo deles de seguir a legislação, as normas do setor para não ter problemas com fiscalização e fazer a coisa tecnicamente correta para ter uma maior viabilidade do negócio, para ter lucro e ser competitivo na atividade”, finaliza.

As principais soluções do Sebrae procuradas pelos produtores de leite são as consultorias ‘Melhoria da Produtividade em Rebanho Leiteiro e de Corte’; ‘Fertilização In Vitro’ e a ‘Despertando para o Associativismo’.

Já pelos laticínios, são elas: ‘Boas Práticas de Fabricação para Empresas de Alimentos e Bebidas – Implantação ou Revisão’; ‘Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO’); Adequação de Agroindústrias aos Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal; ‘Boas Práticas Higiênico-sanitárias e cuidados contra a Covid-19’; comunicação visual; Inventário de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE).