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Engenheiro crê que alojamento do Flamengo poderia ser de material inflamável
O alto número de mortos e a rapidez com que o fogo se espalhou pelo alojamento dos jogadores das divisões de base no centro de treinamento do Flamengo indica que o contêiner onde os jovens dormiam poderia ser constituído de material altamente inflamável. A análise é de Alexandre Landesmann, da Coppe/UFRJ, engenheiro civil especializado em estruturas e incêndios.
A questão dos revestimentos inflamáveis inclusive passa a ser abordada no novo Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico, que foi publicado no Diário Oficial no fim do ano passado, mas entra em vigor somente no segundo semestre deste ano. “Dentre as questões importantes abordadas no novo código está, justamente, o controle de materiais de acabamento e revestimento”, explicou Landesmann.
O uso de contêineres em instalações provisórias é bastante comum no Brasil. E muitos deles, de fato, são constituídos de materiais extremamente inflamáveis. Somente a perícia poderá apontar as causas do incêndio no alojamento do Flamengo e determinar o material usado nos contêineres. Mas é sabido que alguns materiais potencializam a propagação das chamas, a produção de fumaça e o envenenamento – o que ocorreu, por exemplo, no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 2013.
“Me parece que o incêndio se propagou numa velocidade muito grande”, afirmou o especialista. “Ali eram todos jovens ativos, mas, mesmo assim, não houve tempo para grande reação.”
Uma hipótese levantada por Landesmann é que o fogo tenha começado justamente em um ponto crítico que bloqueou imediatamente a única rota de fuga do local. “Ou então, ele se propagou numa velocidade tão grande que não deu tempo de reação, indicando que teríamos ali um material que potencializasse a propagação das chamas.”
Em um incêndio mais usual, com base na queima de estruturas de madeira e papel, a velocidade de propagação do fogo é bem mais baixa, segundo explica o professor. “O fogo começa com temperatura baixa, produzindo muita fumaça, o que permite que as pessoas consigam identificar o foco e sair do local”, explicou.
Autor: Roberta Jansen
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