Finanças

Com saída de Haddad do Ministério da Fazenda, veja como deve ficar a equipe econômica

Ministro se prepara para deixar o posto para integrar a campanha de Lula

Agência O Globo - 18/12/2025
Com saída de Haddad do Ministério da Fazenda, veja como deve ficar a equipe econômica
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Se a saída do ministro Fernando Haddad da Fazenda for confirmada no início do próximo ano, uma reestruturação significativa deve ocorrer na equipe econômica do governo federal. O atual titular da pasta deve se afastar para participar da campanha pela reeleição do presidente Lula, embora o PT ainda manifeste interesse em vê-lo como candidato ao governo de São Paulo.

Com a possível promoção de Dario Durigan, atual número 2 da Fazenda, ao comando do ministério, outro integrante da equipe, Rogério Ceron, que hoje lidera o Tesouro Nacional, deve assumir a secretaria executiva.

Ceron é um dos principais responsáveis pela elaboração do arcabouço fiscal, a nova regra de gestão das contas públicas do governo Lula. O arcabouço substituiu o antigo teto de gastos, permitindo um crescimento real das despesas de até 2,5% ao ano — enquanto o teto anterior limitava o aumento à inflação do período. Entre as inovações, destaca-se a retomada das captações externas dos títulos da dívida pública e a criação dos green bonds, voltados ao desenvolvimento sustentável.

Assim como Durigan, Ceron possui uma relação de longa data com Haddad. Auditor fiscal do município de São Paulo, participou da gestão de Haddad na prefeitura em diferentes funções, iniciando como subsecretário do Tesouro e chegando ao posto de secretário de Finanças.

Receita Federal

Além de Durigan e Ceron, devem permanecer na Fazenda os secretários da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e de Política Econômica, Guilherme Mello. Barreirinhas é procurador do município de São Paulo e também integrou a equipe de Haddad na prefeitura. Mello, por sua vez, é professor da Unicamp.

Em contrapartida, o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, deixará a pasta após concluir projetos relevantes, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda. Ainda não há definição sobre seu sucessor, mas há preferência por um nome da equipe atual.

O chefe de gabinete de Haddad na Fazenda, Laio Correia, também encerrará seu ciclo junto com o ministro. Houve ainda a extinção da Secretaria Especial de Reforma Tributária, antes comandada por Bernard Appy, após a aprovação da reforma dos impostos sobre o consumo.

Planos para 2026

Em entrevista ao jornal O Globo na última semana, Haddad afirmou ter conversado com Lula sobre seus planos para 2026. O ministro revelou que comunicou ao presidente que não pretende ser candidato no próximo ano, mas deseja colaborar com a campanha pela reeleição do petista. Segundo Haddad, Lula reagiu de forma “muito amigável” e garantiu que respeitará qualquer decisão do chefe da equipe econômica.

Apesar disso, o PT segue pressionando Haddad para que dispute um cargo majoritário na eleição de São Paulo.