O orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2026 prevê que os consumidores brasileiros arquem com R$ 47,8 bilhões em subsídios ao setor elétrico, valor 15,4% superior aos R$ 40,6 bilhões cobrados em 2025.

A CDE é um fundo responsável por custear subsídios do setor elétrico, pagos pelos consumidores nas tarifas mensais de energia, além de ser alimentado por multas e outras fontes.

O fundo financia, por exemplo, descontos tarifários concedidos a consumidores de baixa renda, produtores rurais e irrigantes — unidades que utilizam energia exclusivamente para irrigação ou aquicultura.

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira o orçamento da CDE para 2026, estimado em R$ 52,7 bilhões, um aumento de 7% em relação ao orçamento anterior, de R$ 49,2 bilhões.

Desse total, R$ 47,8 bilhões serão repassados aos consumidores via conta de luz, o que deve gerar um impacto médio de cerca de 2% nas tarifas em 2026, variando conforme a região do país:

Sudeste, Centro-Oeste e Sul: 2,24%
Norte e Nordeste: 2,38%

Impacto dos descontos

Segundo a Aneel, o aumento se deve principalmente ao crescimento dos descontos custeados pelas tarifas, especialmente os associados às fontes incentivadas e à geração distribuída. Neste último caso, houve alta de 88% nas despesas previstas para 2025.

O relatório da Agência também aponta o custeio do programa Tarifa Social como outro fator relevante. O benefício, ampliado pelo governo neste ano, oferece desconto na conta de luz para 60 milhões de pessoas.

Com as mudanças nas regras do programa, o valor destinado à Tarifa Social pela CDE subiu R$ 2,6 bilhões (33,3%), totalizando R$ 10,4 bilhões do orçamento para cidadãos de baixa renda.

A Aneel abriu consulta pública sobre o orçamento, disponível para contribuições de 10 de dezembro de 2025 a 26 de janeiro de 2026.