Finanças
Tarifaço, Venezuela e sanções: entenda 5 pontos centrais do encontro entre Lula e Trump na Malásia
Presidente brasileiro disse que os dois acertaram tiveram uma 'ótima' conversa
Em uma de cerca de 50 minutos com neste domingo, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o pedido de suspensão do tarifaço enquanto as negociações ocorrerem. Falou sobre as sanções contra cidadãos brasileiros, o comércio bilateral e se colocou como mediador na crise entre Estados Unidos e Venezuela.
Após o encontro, Lula disse nas redes sociais que teve uma "ótima reunião" com o americano. "Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras", escreveu o brasileiro.
Entenda os cinco principais pontos tratados durante o encontro entre os dois presidentes, segundo relato do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
1. Suspensão do tarifaço
Esse foi o principal ponto da conversa. O governo brasileiro defende que as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros sejam suspensas enquanto durarem as negociações comerciais. A avaliação em é que, com o tarifaço em vigor — que afeta setores como aço, alumínio, carne e café —, não há condições reais para um diálogo equilibrado. A suspensão seria, portanto, uma medida provisória para permitir o avanço das conversas e reconstruir a confiança entre os dois países.
2. Balança comercial
A balança comercial entre Brasil e Estados Unidos tem apresentado superávit para o lado americano, o que contradiz o argumento da Casa Branca de que os EUA têm déficit. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostram que, de janeiro a setembro deste ano, houve um déficit de US$ 5,1 bilhões com os EUA. Lula também buscou mostrar que o comércio bilateral é complementar, não competitivo, e que o Brasil não representa ameaça à indústria americana.
3. Sanções
Lula pediu que os EUA suspendam as sanções contra cidadãos brasileiros. Além da suspensão de vistos de autoridades para entrar em território americano, a Casa Branca determinou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e sua esposa Viviane. A medida proíbe a realização de operações comerciais e financeiras com empresas americanas.
4. Venezuela
Lula abordou a crise política e humanitária na Venezuela, defendendo uma solução negociada e rejeitando qualquer forma de intervenção ou escalada de tensão. O presidente brasileiro tenta se posicionar como mediador regional, mas enfrenta resistência da ala mais dura do governo americano, representada por Marco Rubio, que defende sanções e pressão máxima sobre o regime de Nicolás Maduro. O tema foi tratado em tom reservado, com divergências claras, mas sem ruptura no diálogo.
5. Negociações imediatas
Ambos os governos concordaram em manter o canal de diálogo aberto, com reuniões técnicas imediatas entre representantes do Brasil e dos Estados Unidos — incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent; o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio; e o representante de comércio dos EUA, Jamieson Greer. Essas conversas devem definir os termos para avançar nas negociações comerciais e discutir a possibilidade de suspensão temporária das tarifas. Não há solução imediata, mas o encontro marcou o início formal de um processo de negociação direta.
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