A disputa interna que há meses sacode o Clube Sociedade Esportiva (CSE) de Palmeira dos Índios parece ter chegado ao fim. José Barbosa, atual presidente do clube, que há pouco tempo reafirmava sua intenção de permanecer no cargo para a próxima temporada, revelou em declaração exclusiva à Tribuna do Sertão que deixará a presidência no dia 31 de dezembro. De forma surpreendente, Barbosa confirmou que não haverá mais eleição e que o comando do clube será transferido a Carlos Guruba a partir de janeiro de 2024. Guruba, ex-vereador cassado pela cota de gênero e recentemente derrotado nas eleições, assumirá atendendo aos interesses do prefeito Júlio Cezar, conhecido como “prefeito-imperador.”

Apesar de uma aparente calmaria após embates públicos e tensões nos bastidores, o desfecho repentino da disputa pela liderança do CSE deixa no ar dúvidas ainda não respondidas. O ponto central, que segue sem solução, é a prestação de contas do clube. Segundo informações, a transparência das finanças do CSE continua sendo um tema espinhoso. Dias atrás, Barbosa revelou que o diretor do clube, José Alves, primo do prefeito, leva pessoalmente a prestação de contas ao governo municipal. No entanto, o acesso à documentação pública do clube permanece um mistério, suscitando questionamentos sobre a transparência na gestão de um clube que depende amplamente de recursos públicos.

A desistência de Barbosa, que até então resistia à pressão para deixar o cargo, levanta questionamentos sobre a autonomia da direção do CSE. A influência do prefeito Júlio Cezar na sucessão, além do papel desempenhado por José Alves na entrega da prestação de contas, sugerem que o poder sobre o clube vai além das decisões esportivas, tocando questões políticas e financeiras de alto impacto.

Com a saída de José Barbosa, Carlos Guruba herda um clube com o cenário administrativo ainda turvo e com demandas da torcida e da comunidade por respostas e transparência. Para muitos, a chegada de Guruba deve representar mais que uma simples troca de cadeiras: há uma expectativa de que a nova gestão assuma o compromisso de esclarecer a aplicação dos recursos que sustentam o CSE, clube que representa a identidade esportiva de Palmeira dos Índios.

A decisão final de Barbosa pode ter posto um ponto final na guerra de poder que vinha desgastando o clube, mas, enquanto as dúvidas sobre a transparência e a prestação de contas do CSE persistirem, o clima de incerteza e cobrança continuará a pairar sobre o futuro da equipe, ainda mais com a iminente transferência de recursos da CBF e do governo do Estado que somam mais de R$1 milhão e trezentos mil Reais.