Torcedores com nomes de ídolos do futebol brasileiro não é algo tão recente. Inúmeros Romários ou Ronaldos foram escolhidos após 1994 e 2002, respectivamente. Assim como muitos outros jogadores que foram destaque em algum momento da história, seja pelo time ou seleção. Ainda assim, uma situação pouco conhecida dessa idolatria é a criação da versão feminina de um nome. Em comemoração aos 30 anos do Tetra da Seleção Brasileira, o site Verminosos Por Futebol escalou um time de Romárias que foram inspiradas no craque da Seleção de 1994.

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Crescimento de Romárias

Entre os anos 80 e 90, período auge da carreira do "Baixinho", onde jogou no Vasco da Gama, Flamengo e foi campeão do mundo pela Seleção, foram registrados 980 Romárias no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Número quatro vezes maior que o período entre 1940 e 1970 e pós anos 2000 (242 somados em todo o período). O país saiu de 23 Romárias na década de 40 para 694 na década de 90.

O número de meninos com esse nome variou de 634 na década de 40 para 39.536 mil nos anos 90. Década em que o jogador já era um dos maiores nomes do futebol em atividade.

Lista de Romárias

Confira abaixo a convocação de 11 Romárias titulares e mais duas Romárias "reservas", com história curiosa.

1 – Romária Sousa, de Picos (PI)

Nascimento: 12/11/1995

O primeiro nome da lista nasceu um ano após o Tetra. Os pais de Romária são agricultores e moravam em Simões (PI), na época, sem tanto acesso a comunicação, sua mãe se encantou pelo nome Romário na capa de uma revista de novelas. Ela decidiu adaptar para o feminino quando deu a luz a uma menina. “A vida toda ouvi ‘gol’ ao falar meu nome”, disse Romária, ao Verminosos.

2 – Romária Gonçalves, de Coluna (MG)

Nascimento: 29/10/1995

No caso da mineira, o nome foi escolhido por um tio, fã do jogador. “Eu jogo futebol, e sempre me perguntam se é apelido, daí explico que é nome registrado”, relata Romária.

3 – Romária Lacerda, do Rio de Janeiro

Nascimento: 03/07/1994

Romária nasceu em Bodocó (PE), na véspera do jogo Brasil x EUA, pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 1994 — até aquele momento, Romário já tinha feito gols nos três jogos iniciais. O pai quis homenagear o atacante. Ao vir menina, ele teve a ideia de adaptar o nome.

4 – Romária Rodrigues, de Capitão Enéas (MG)

Nascimento: 30/05/1994

Nascida durante a competição mundial, o pai de Romária não teve dúvidas em quem homenagear, após o nascimento ocorrido, adaptou o seu nome.

5 – Romária Bezerra, de Exu (PE)

Nascimento: 04/10/1993

Romária nasceu em Barbalha (CE), um mês depois da classificação da Seleção para a Copa do Mundo de 1994 – vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai, com dois gols de Romário. O pai havia decidido que, se fosse menino, homenagearia o ídolo e não mudou de ideia quando chegou uma menina, apenas adaptou.

6 – Romária Rocha, de Guaraciaba do Norte (CE)

Nascimento: 12/11/1992

O pai queria homenagear Romário no nascimento do primogênito. Como não foi feito pré-natal, ele soube no momento do parto que era uma menina, e então adaptou o nome para Romária. Dois anos depois no nascimento dela, veio o segundo filho de Raimundo e Rosa, em agosto de 1994, logo após o tetra. Nascia um Romário irmão de uma Romária.

7 – Romária Alves de Araújo, de Exu (PE)

Nascimento: 29/08/1991

Irmãos Romário e Romária não foi uma história individual. Assim como a citada anteriormente, após receber o nome de Romária — por sugestão de uma madrinha — ela viu o seu irmão quatro anos mais novo dividir a mesma homenagem.

8 – Romária Tavares da Silva, de Fortaleza (CE)

Nascimento: 17/09/1990

O nome Romária foi decidido pelo pai, que sonhava ter um filho jogador de futebol. Um irmão conseguiu: João Mário, que se profissionalizou no Ceará, em 2006.

9 – Romária de Lima Silva, de Pendências (RN)

Nascimento: 07/03/1989

O nome Romária foi decidido em comum acordo pelos pais. Na época, Romário já era um jovem talento, mas ainda não tinha disputado Copas do Mundo.

10 – Romária Evangelista, de Periquito (MG)

Nascimento: 01/11/1988

A mãe deixou que uma filha decidisse o nome da menina, nascida em Governador Valadares (MG). Como ouvia muito falar de Romário, foi criativa e escolheu Romária. “Eu adorava meus apelidos na infância: Camisa 11, R11, Vai Bebeto…”, conta Romária.

11 – Romária Lima, de Barro Alto (GO)

Nascimento: 09/12/1986

O nome Romária foi decidido pelo pai. Na época do parto, Romário tinha 20 anos e ainda estava em sua segunda temporada como profissional, somando um título e uma artilharia do Campeonato Carioca. Ou seja, o pai foi visionário.

Romárias primas de Exu

Romária Bezerra (a nº 5) é prima de Romária Alves de Araujo (a nº 7). Mesmo sendo moradoras da mesma cidade, Exu (PE), elas não tinham conhecimento uma da outra antes da produção da reportagem.

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12 – Romária Basto (Francisca Basto), de Exu (PE)

Nascimento: 02/11/1993

Culturalmente, em algumas regiões do interior nordestino famílias escolhem dois nomes para os filhos – o oficial e outro que vira apelido. Dessa forma, evita discordância entre os pais. Assim, Francisca acabou conhecida pelo nome descartado no registro: Romária. O apelido foi decidido por uma tia, irmã da mãe, pouco mais de um mês depois da classificação do Brasil para a Copa do Mundo de 1994.

13 – Romária Pinheiro da Silva, de Taubaté (SP)

Nascimento: 21/10/1978

Essa última Romária nasceu em São Luis, cresceu em Fortaleza e hoje mora em Taubaté (SP). Seu nome entrou na lista por coincidência. O nome do pai é Robson e o da mãe é Maria, eles resolveram juntá-los. Como Romaria soava estranho, eles acrescentaram um acento agudo.

“Em toda a minha vida, as pessoas sempre perguntam se Romária foi uma homenagem ao Romário. Eu digo que sim, por ser mais fácil explicar”, indica Romária.