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Censo do Brasileirão 2024: qual é o perfil de um treinador da Série A?

Veja o levantamento feito pelo GLOBO sobre os 20 técnicos da Série A do Brasileirão

Agência O Globo - GLOBO 14/04/2024
Censo do Brasileirão 2024: qual é o perfil de um treinador da Série A?

O Campeonato Brasileiro de 2024 começou, e a edição deste ano tem algumas tendências curiosas em comparação aos últimos anos. Em um censo feito pelo GLOBO, dados foram levantados especialmente sobre os treinadores dos 20 clubes participantes da primeira divisão do futebol brasileiro.

O primeiro dado que mais chama atenção é justamente uma contramão da tendência dos últimos anos no Brasil: o número de técnicos estrangeiros diminuiu. Em relação ao ano de 2023, quando o número de gringos no comando dos clubes brasileiros chegou a ser maioria na Série A, a edição de 2024 começa com os brasileiros voltando a ser a maior parte dos treinadores da elite do futebol brasileiro.

É quase que senso comum de que os times brasileiros demitem muitos treinadores durante a temporada e que os mesmos quase não tem tempo para desenvolver seu trabalho, certo? Pode parecer estranho, mas para 2024 a resposta é negativa. Segundo os dados levantados no censo do GLOBO, a média de tempo de trabalho para a Série A deste ano é de quase uma temporada.

O número é puxado para cima por conta de trabalhos de longo prazo que estão presentes na competição, como é o caso de Abel Ferreira, que está no Palmeiras desde 2020, e de Juan Pablo Vojvoda, técnico do Fortaleza, que tem três anos de projeto na equipe. Recém-promovido da Série B, Cláudio Tencati também é um treinador que tem certa longevidade no comando do Criciúma, onde está há dois anos de seis meses.

Curiosamente, o técnico do Tigre, que ficou na terceira colocação da Série B em 2023, também é um personagem de destaque no censo feito pelo GLOBO, mas por um outro motivo. Tencati é um dos dois treinadores que chegaram na Série A pela primeira vez por meio da Série B. O outro único técnico que conseguiu tal feito é justamente o técnico campeão da Série B 2023, Léo Condé, que conquistou o acesso comandando o Vitória.

Outro fator interessante a se notar é que 19 dos 20 técnicos do Brasileirão já foram campeões, o único que nunca levantou uma taça é Fernando Seabra, novo técnico do Cruzeiro, que foi promovido das categorias de base para o profissional após a demissão de Nicolás Larcamón. Desses 19 treinadores que já conquistaram títulos, 7 foram campeões em nível internacional, 6 em nível nacional, e outros 6 em nível regional.

E há quem dizia que os técnicos mais velhos e mais experientes eram os melhores para as equipes do Brasileirão. Entre os 20 treinadores da elite, a média de idade é menor do que 50 anos, fator que mostra uma tendência de renovação entre os comandantes dos times. Por exemplo, o técnico mais velho na primeira divisão é Ramon Diaz, do Vasco, com 64, e o mais novo é Luiz Fernando Lubel, do Cuiabá, com 35 anos, seguido de Thiago Carpini, do São Paulo, com 37, e António Oliveira, do Corinthians, com 41 anos. Para efeito de comparação, os dois jogadores mais velhos neste Brasileirão são Fábio, do Fluminense, com 43 anos, e Nenê, do Juventude, com 42.

Justamente o tempo de idade e de experiência que mostram o fator de 'tempo de carreira' entre os principais técnicos da primeira divisão do futebol brasileiro. Lubel, do Cuiabá, é o novato entre os 20 treinadores, já que nunca teve experiência à beira do campo, enquanto Tite, técnico do Flamengo, tem 33 anos de carreira como comandante.