Esportes
Finalista do WTA 1000 de Miami caminha para aposentadoria mesmo em grande fase; entenda motivos
Problemas de saúde prejudicam objetivos pessoais e profissionais da americana de 30 anos
A americana Danielle Collins, 30 anos e número 53 do mundo, vive um dos melhores momentos da carreira justamente na temporada em que pretende se aposentar. Ela jogará, neste sábado, sua primeira final de WTA 1000, em Miami, contra a cazaque Elena Rybakina, número 4 do ranking. O histórico de problemas de saúde é o principal motivo para a despedida das quadras — anunciada após a eliminação na segunda rodada do Australian Open, em janeiro — ainda este ano.
Em 2021, a tenista foi diagnosticada com endometriose, doença inflamatória que dificulta o processo de gravidez e pode causar dores intensas, e passou por uma cirurgia de emergência para retirar um cisto. Apesar disso, ela fez o melhor resultado da carreira como finalista do Australian Open no ano seguinte, o que a levou ao top 10 do ranking da WTA. A rotina exaustiva de treinos, viagens e competições pode ser mais um obstáculo no tratamento da endometriose — que não tem cura —, e, consequentemente, no desejo de ser mãe.
Não é a primeira vez que a ex-número 7 do mundo precisa conviver com adversidades na saúde. Desde 2019, Collins lida com uma artrite reumatóide, problema crônico nas articulações do corpo com dores e inchaços. Essa doença ficou marcada no meio do tênis quando a dinamarquesa Caroline Wozniacki, ex-número 1, se aposentou, no início de 2020, em meio a transtornos causados por ela. Wozni voltou ao circuito no ano passado, depois da maternidade.
Fora das quadras, Collins já manifestou a vontade de conscientizar e ajudar mulheres e meninas sobre a endometriose e a artrite reumatóide.
– Uma das coisas que mais importância tem para mim é a saúde da mulher, especialmente depois do caminho que tive de passar com a minha endometriose e a artrite reumatóide. Gostaria de contar a minha história e ser amiga para quem está sofrendo. Essa é a minha prioridade. Poder ajudar jovens, em especial as meninas. Já estive na situação delas e gostaria de ser uma espécie de guia. Faço-o de coração — disse após a final do Australian Open de 2022.
Nesta semana, após vencer as quartas de final do WTA de Miami, Collins foi questionada, em entrevista coletiva, sobre a possibilidade de rever a decisão da aposentadoria em virtude dos bons resultados. Ela rebateu ao indagar se receberia tantas perguntas voltadas ao tema caso fosse um atleta homem. E citou novamente a endometriose como uma de suas razões.
— Quando eu estava anunciando minha aposentadoria, todos estavam me parabenizando e pareciam tão animados por mim, mas, por outro lado, eu sinto que tive que justificar muito minha decisão. Eu sinto que, se eu fosse homem, provavelmente não teria que me justificar tanto – desabafou Collins, que tem dois títulos de simples na WTA:
— É interessante como, em muitas situações diferentes, eu tive que justificar as razões por trás da aposentadoria. Estou vivendo com uma doença inflamatória crônica que afeta minha capacidade de engravidar, e essa é uma situação profundamente pessoal.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados
-
5DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil