Esportes
Ex-Vasco e seleção espanhola, Donato defende que país não é racista e diz que Vini Jr tem 'que perdoar as pessoas'
Negro, ex-volante brasileiro diz que já foi ouviu sons de macaco da torcida do próprio ex-clube, mas que devolvia com risos
O ex-volante Donato, que atuou por Vasco, Deportivo La Coruña e Atlético de Madri, deu uma série de declarações para veículos de imprensa espanhóis antes do amistoso entre Brasil e Espanha que deixaram o público chocado. Negro e brasileiro como Vinícius Júnior, ele opinou sobre a luta do atacante contra o racismo, principal bandeira do evento desta terça. Mas não se colocou exatamente do lado do compatriota.
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Donato defendeu que a Espanha não deve ser vista como um país racista. Mas sim onde há racismo. E afirmou que os ataques sofridos por Vini Jr são caso de provocação e não de discriminação.
- Eu não posso dizer que a Espanha é um país racista. Há racismo. Há em todos os lugares. Ele (Vini) vai sofrer porque é sul-americano e por sua cor. Não podemos mudar isso. A única coisa que podemos fazer é mudar nossa atitude e esquecer - disse Donato, que foi além:
- É uma maneira de tentar provocá-lo. Eu, se estou jogando contra ele, o chamo de negro para provocá-lo.
No raciocínio de Donato, que também é naturalizado espanhol e defendeu a seleção do país entre 1994 e 1996, a solução está na atitude das próprias vítimas do racismo. Ele defende que as provocações sejam ignoradas. Ao utilizar a si mesmo como exemplo, revelou que foi provocado com sons de macaco pela torcida do próprio La Coruña quando enfrentou o ex-clube pelo Atlético.
- As pessoas vão influenciando umas às outras. Então é como digo, joguei contra o Dépor (La Coruña), com o Atlético de Madri. Tocava na bola e as pessoas "uh, uh, uh". Cada vez que ia com a bola, aumentavam este som. E eu ria - diz, como se apresentasse a solução dos problemas para Vinícius.
- Vinícius tem que perdoar as pessoas, esquecer este tema e procurar jogar futebol, que é o que ele mais sabe.
De fato, poucos foram os negros que enfrentaram o racismo. A postura de tentar ignorar sempre foi muito comum, dado o fato de que atletas pretos nunca tiveram apoio da sociedade de uma maneira geral para adotar uma postura mais combativa. Não é este o caso de Vini Jr.
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