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Presidente do TJD-RJ afirma que 'direitos humanos são para humanos direitos' em reunião da OAB
Renata Mansur falava em reunião na subseção da Barra da Tijuca. Fala foi repudiada pela Comisão de Direitos Humanos da ordem
A advogada Renata Mansur, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) e vice-presidente da subseção da Barra da Tijuca da Ordem dos Advogados do Brasil, virou alvo de críticas por conta de uma fala sobre direitos humanos. Durante evento na subseção, Mansur afirmou que 'direitos humanos são para humanos direitos'.
O vídeo já não está mais disponível na íntegra, mas um trecho divulgado nas redes sociais mostra a fala de Mansur. Ela apresenta os convidados e faz críticas à Comissão de Direitos Humanos da ordem:
— [...] Costumo dizer que direitos humanos são para humanos direitos. De fato, quando eu ouço determinadas falas da OAB, e eu vou falar em nome da OAB, em especial a Comissão de Direitos Humanos, me sinto envergonhada, a verdade é essa. Porque a missão da nossa Comissão de Direitos Humanos é para humanos direitos, é o que costumo dizer sempre. Temos que ter um olhar para os humanos direitos. Quando falamos, vemos e escutamos essas coisas, temos que ver que os policiais são os humanos direitos desse contexto. Sem mais delongas, eu acho que a nossa fala é muito mais proativa nessa noite, no sentido de de unir forças de fato com a nossa Comissão de Segurança Pública e com o legislativo para que a gente mude esse cenário. Enquanto a segurança pública estiver nas mãos dos políticos do Rio de Janeiro, e não de uma comissão competente tecnicamente, e essa é a verdade, vamos falar o português claro. Sem nenhuma depreciação à classe política, mas a gente precisa de um organismo técnico para resolver a questão gravíssima da segurança pública. Quando se escuta que nós temos 55 mil traficantes no Rio de Janeiro, eu acho que não tem saída. Eu brincava com o presidente e falava assim, "vamos morar no Rio Grande do Sul" [...] — diz Mansur. Assista:
Ao site Uol, Mansur alegou que o trecho está fora de contexto e que é preciso assistir o evento para entendê-lo. Segundo ela, a declaração veio após uma palestra sobre segurança pública e que seu posicionamento é que os direitos humanos são para todos, "inclusive para os policiais".
A fala foi respondida com posicionamento forte. A Comissão de Direitos Humanos da OAB repudiou as falas. "Clichês que em nada colaboram com o debate sobre a segurança pública e muito menos com os objetivos da advocacia", afirmou em nota.
"No entanto, para que isso seja possível (a OAB colaborar com o paradigma da segurança pública), é preciso que os seus dirigentes entendam com profundidade a história de resistência democrática da instituição, a importância dos direitos humanos para a democracia e a indivisível relação entre direitos humanos e advocacia. Por tudo isso, repudiamos a fala em questão e os aplausos recebidos", encerra o comunicado.
A subseção da Barra reiterou "compromisso inabalável" com a defesa dos Direitos Humanos, os princípios fundamentais da democracia e do Estado de Direito". "Nosso espaço é dedicado à promoção de eventos que fomentam o debate democrático, o respeito às garantia individuais e coletivas, e o fortalecimento das instituições que sustentam a democracia brasileira", diz a nota.
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