Esportes

109 jogos no Brasil geraram movimentações suspeitas em sites de apostas em 2023, aponta empresa de monitoramento

Número representa queda de 21,5% em relação ao ano anterior

Agência O Globo - EXTRA 04/03/2024
109 jogos no Brasil geraram movimentações suspeitas em sites de apostas em 2023, aponta empresa de monitoramento
Jogos de futebol - Foto: Fernando Torres/CBF/Direitos Reservados

De 9 mil partidas em solo brasileiro, 109 tiveram movimentações consideradas suspeitas. O dado é da empresa de monitoramento Sportradar, contratada pela CBF desde 2018 para tentar identificar indícios de manipulação de jogos ligados a apostas esportivas.

Os jogos analisados são válidos por campeonatos nacionais e regionais. Ao todo, foram 118 competições. As 109 consideradas suspeitas representam 1,21% do total. Destas, 15 foram em competições geridas pela própria CBF. As outras 94 foram em torneios organizados pelas federações estaduais.

Das 15 partidas de campeonatos organizados pela CBF que receberam um alerta, um foi pela série B do Brasileiro, 13 pela série D e um pela Copa Verde. Os jogos em questão não foram citados. Entre os campeonatos que não tiveram nenhum confronto colocado sob suspeita estão a Série A e a Copa do Brasil.

Em relação ao ano anterior, o total de 109 jogos sob suspeita representam uma queda de 21,5%. Em 2022, 139 partidas ligaram o alerta da Sportradar.

Jogos no Brasil que geraram movimentações suspeitas em sites de apostas, segundo a Sportradar

2023: 109 partidas

2022: 139 partidas

2021: 89 partidas

As partidas são consideradas suspeitas pela agência a partir do momento em que é identificada uma movimentação anormal de apostas nos sites. Pode ser o número de escanteios no primeiro tempo, o número de gols etc. Contudo, isso não é suficiente para apontar a manipulação. A partir daí, é preciso apuração tanto dos órgãos esportivos quanto dos criminais.

- O desenvolvimento de jogos de apostas online aumenta os riscos de manipulação e impõe novos e mais complexos desafios ao combate à corrupção no esporte. Este fenômeno é uma ameaça mundial e não seria diferente no país do futebol. Conhecer os dados, mapear o problema e direcionar medidas é parte da solução. É nesse sentido que a CBF vem trabalhando, com tolerância zero a qualquer tipo de crime no futebol - afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, por meio de nota.