Esportes
Análise: o gol de Renard não foi o único motivo da derrota do Brasil; veja os pontos que levaram à vitória da França
Seleção brasileira vai ter jogo decisivo contra a Jamaica na próxima quarta-feira pelo Grupo F da Copa do Mundo feminina
O lance do gol da gigante Wendie Renard para marcar o gol da vitória da França sobre o Brasil, por 2 a 1, pela Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia, vai martelar a cabeça das jogadoras — e da torcida brasileira — pelos próximos dias. Mas seria injusto com as francesas analisar a partida somente pelo prisma de que o resultado se deu por um detalhe ou um único erro de marcação. Ainda assim, sendo o futebol o esporte do imponderável, um empate ou até mesmo a vitória brasileira não estariam fora de cogitação.
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Escolhas erradas
A seleção brasileira perdeu a partida por que jogou pior que as francesas. Fato reconhecido, inclusive, pela técnica Pia Sundhage, em sua entrevista coletiva após a partida, sem querer reduzir o placar a um mero erro de uma jogada específica. Tiveram muitos outros. Como a conclusão errada de Adriana, na única chance brasileira do primeiro tempo; a escolha pelas jogadas individuais quando companheiras estavam melhor posicionadas.
Surpresa com a postura da França
Os primeiros minutos do jogo mostraram que o Brasil não esperava a marcação alta e uma França ofensiva assim que a bola rolou. A técnica sueca admitiu que isso gerou nervosismo entre as jogadoras. A seleção mal conseguia se manter com a bola nos pés e dar mais de três toques seguidos de qualidade.
Perda do meio-campo e velhas fragilidades
O primeiro tempo de jogo do Brasil lembrou a dificuldade da seleção diante das fortes equipes europeias (além do EUA e Canadá) ao longo do ciclo. Com exceção das partidas contra a França e a Inglaterra, a equipe brasileira voltou a repetir as fragilidades diante de um time que combate no meio-campo. Foi ali que se perdeu o jogo. Luana, que comandou o setor contra o Panamá, não conseguiu ser a jogadora a dar início às jogadas nem a compactação prometida. Sem o toque de bola brasileiro, a França anulou o time praticamente em todo o primeiro tempo. Na análise de Pia, inclusive, ela alegou a falta da desconcentração e do jogo alegre para justificar a derrota.
Boa leitura do técnico da França
Esse futebol, que caracteriza o Brasil, esteve presente em alguns momentos do segundo tempo. A mudança de postura da seleção no segundo tempo encontrou o cansaço visível de algumas jogadoras francesas. Os espaços apareceram, as triangulações vieram. Assim como o empate com o gol de Debinha, que passou por vários pés até a conclusão da artilheira da Era Pia. O técnico Hervé Renard percebeu rapidamente e sacou a atacante Le Sommer, eleita craque do jogo, mas já sem fôlego. Colocou Becho, que caiu pelo lado esquerdo da defesa brasileira, o ponto fraco defensivamente da seleção. Foi em jogada dela, que se originou o escanteio. Ela foi lançada da ponta esquerda e iria dominar a bola livre, mas Lauren cortou para a linha de fundo.
Jogo eliminatório antecipado
Depois da folga de amanhã, Pia certamente não concentrará os ajustes somente em lances de bola parada. Até porque esse não é principal perigo imposto pelas jamaicanas, próximas adversárias do Brasil, na quarta-feira. Além de acertar o time taticamente, a treinadora terá de trabalhar o lado anímico do time. Apesar de toda a preparação ter sido feita para conseguir a sonhada primeira vitória sobre a França e o primeiro lugar do Grupo F, era sabido que esse jogo seria o mais difícil. Contra a Jamaica, o favoritismo e a obrigação de vencer é do Brasil. E as jogadoras terão de compreender que uma derrota pode significar a volta para casa antecipada.
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