Nascida e criada em Coqueiro Baixo (RS), a cidade mais "velha" do país de acordo com o Censo 2022 do IBGE, a aposentada Gema Fraporti, de 65 anos, diz que a vida no município sempre foi tranquila e segura. Por lá, conta, não há violência nas ruas e as pessoas comem os alimentos que são plantados na própria horta. Agora na velhice, o passatempo da idosa é curtir bailes na companhia das amigas, que têm, em média, a mesma idade.

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— Aqui é muito bom de viver, não tem assalto. A gente pratica exercícios, vai à casa das amigas e aproveita as festas para os idosos quando tem. Minha família é de agricultores e passei a vida inteira na roça plantando milho e feijão para vender. Hoje, a gente quase não compra nada porque plantamos o que vamos comer — relata a aposentada.

Dados do Censo do IBGE mostram que o Rio Grande do Sul concentra as cidades “mais velhas” do Brasil. Nove dos dez municípios com maior idade mediana do país são gaúchos. Em Coqueiro Baixo e União da Serra, a idade mediana é de 53 anos – ou seja, metade da população está acima desta faixa etária. Ao todo, o Brasil tem 11 cidades onde a idade mediana supera 50 anos.

Falta de emprego expulsa os jovens

A maior parcela de população longeva nessas cidades pode refletir não só a qualidade de vida local como também uma maior emigração de jovens em busca de locais com maior oferta de emprego e educação. Os três filhos de Gema, de 42, 36 e 28 anos, deixaram a pequena cidade de Coqueiro Baixo para tentar a vida em Porto Alegre, onde o mercado de trabalho é mais aquecido.

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— Aqui na cidade a juventude é muito pequena. Meus três filhos e dois netos foram morar na cidade grande porque aqui a maioria dos empregos é na roça. Em Porto Alegre, eles têm mais oportunidades — afirma a gaúcha.

Coqueiro Baixo possui uma área de 112,439 Km², com uma população estimativa de 1.490 pessoas, sendo que 30% residem na zona urbana e 70% na zona rural, distribuídas entre 16 comunidades. De acordo com informações da prefeitura, a cidade tem duas escolas municipais de ensino fundamental, uma escola municipal de educação infantil e creche, e uma escola estadual de ensino médio.

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A cidade gaúcha, segundo Gema, não possui hospital, apenas uma Unidade Básica de Saúde que atende a população local. Ela ressalta, no entanto, que o atendimento é de qualidade. Para ter um atendimento mais aprofundado, o morador precisa recorrer às cidades vizinhas.

A economia da população coqueirense é essencialmente baseada no setor primário, com o cultivo do milho, feijão, fumo e produtos de subsistência familiar. Na pecuária, o setor avícola e a produção de frangos de corte são as principais fonte de renda.