Economia

Plenário do Senado aprova urgência para votação de projeto que prorroga desoneração folha de 17 setores da economia até 2027

Medida, que permite redução de tributos pagos por empresas sobre o salário de funcionários, impacta milhões de empregos diretos e indiretos e perderá validade em dezembro

Agência O Globo - GLOBO 24/10/2023
Plenário do Senado aprova urgência para votação de projeto que prorroga desoneração folha de 17 setores da economia até 2027
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O plenário do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira, o requerimento de urgência para acelerar a votação do projeto de lei que que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam no país. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pretende votar o projeto nesta quarta-feira. Depois, o texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Mais cedo, também nesta terça, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deu aval à proposta, o que permitiu a sua análise pelo plenário.

Os setores esperam que a sanção da proposta seja feita rapidamente para que possam atualizar seus planejamentos, previsão de efetivo e investimentos para 2024 e os anos seguintes, incluindo manutenção e contratação de funcionários.

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A proposta de desoneração da folha substitui a contribuição previdenciária patronal de empresas de setores que são grandes empregadores, de 20%, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.

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Essa troca diminui custos com contratações para 17 setores, como têxtil, calçados, construção civil, call center, comunicação, fabricação de veículos, tecnologia e transportes. Os segmentos são responsáveis por gerar cerca de 9 milhões de empregos formais. Sem a prorrogação, a desoneração da folha de pagamentos terminaria no fim deste ano.

O texto começou a tramitar no Senado e foi aprovado pela Câmara. Mas voltou para análise dos senadores em razão de mudanças feitas pelos deputados. Depois de aprovado na Casa, vai para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alterações na Câmara

Na semana passada, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) apresentou parecer rejeitando as alterações da Câmara e retomando o texto anteriormente aprovado pelos senadores.

Em um dos trechos alterados pela Câmara no projeto, a alíquota para transportes rodoviários coletivos ficou fixada em 1% da receita bruta — antes esse valor era de 2%. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) pediu para o relator retomar esse trecho acrescentado pela Câmara.

O relator analisou incorporar a sugestão. Mas com a possibilidade de um pedido de vista (adiamento da votação), Angelo Coronel recuou. Isso será analisado pelo plenário.

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Na primeira passagem pelo Senado, foi acrescentada à proposta a redução da alíquota de 20% para 8% da contribuição previdenciária para municípios com até 156 mil habitantes.

Na Câmara, o trecho foi modificado para conceder isenção variável no imposto previdenciário a todos os municípios. A alíquota oscilaria de 8% a 18%, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB). Agora, foi retomada a regra do Senado.