Economia

BNDES aprova R$ 2,5 bi para Prefeitura de São Paulo investir em ônibus elétricos

Capital paulista aportará R$ 6 bilhões em projeto que prevê a aquisição de 2,6 mil veículos, para eletrificar cerca de 20% da frota do transporte público paulistano até o fim de 2024

Agência O Globo - GLOBO 19/10/2023
BNDES aprova R$ 2,5 bi para Prefeitura de São Paulo investir em ônibus elétricos
BNDES - Foto: Fernando Frazão (Ag. Brasil)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou nesta quinta-feira um empréstimo de R$ 2,5 bilhões para a Prefeitura de São Paulo investir na compra de ônibus elétricos para as concessionárias que operam o serviço na cidade. O projeto de eletrificação de parte da frota de ônibus de São Paulo envolve um total de R$ 8 bilhões – a Prefeitura paulistana investirá R$ 6 bilhões, enquanto as concessionárias aportarão R$ 2 bilhões, informou o BNDES.

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Com o valor total, a meta é comprar 2,6 mil veículos, substituindo cerca de 20% da frota de ônibus da capital paulista até 2024. Apenas o financiamento do BNDES permite a aquisição de entre 1 mil e 1,3 mil ônibus elétricos, o que equivale a 10% da frota atual da capital paulista, de 13 mil veículos.

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O investimento público será financiado por outros empréstimos, além do concedido pelo BNDES. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial, Banco do Brasil e Caixa também participam do pacote de financiamento, informou a instituição de fomento.

Concessionárias investirão R$ 2 bi

Diante do elevado investimento no projeto, a Prefeitura de São Paulo optou por dividir os aportes com as concessionárias privadas. Como contrapartida aos investimentos das empresas, o poder público fará reequilíbrios econômico-financeiros nos contratos de concessão, informou o BNDES.

“A prefeitura arcará com a diferença entre o custo do (ônibus) elétrico e o a diesel, valor que será financiado pelo BNDES. Espera-se que os ganhos econômicos com a eletrificação levem a menores valores de subsídios pagos no longo prazo, uma vez que o ônibus eletrificado tem custo médio mensal de operação e manutenção significativamente inferior ao veículo a diesel”, diz a nota divulgada pelo BNDES.

Veículos 3,5 vezes mais caros

Conforme o banco de fomento, o investimento é elevado também porque um ônibus elétrico custa 3,5 vezes mais do que o veículo convencional, movido a diesel. Quatro fabricantes possuem ônibus elétricos a bateria credenciados no sistema da Finame, a linha de crédito para a aquisição de bens de capital, mas o banco não informou quais empresas produzem os veículos no Brasil.

A Finame é uma das linhas mais tradicionais do BNDES. O credenciamento atesta que os bens de capital possuem o mínimo de conteúdo nacional em sua fabricação exigido pelo banco. Normalmente, empresas que investem em maquinário, caminhões e ônibus recorrem à Finame.

Segundo o BNDES, a Prefeitura de São Paulo é “o primeiro cliente do setor público” a receber crédito por meio da Finame. “Os recursos serão liberados na modalidade baixo carbono, que passou a admitir financiamento para compra de ônibus elétricos por municípios. A mudança foi formalizada em junho de 2023, com o objetivo de contribuir para a descarbonização e a adaptação das cidades brasileiras às mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, estimular a indústria nacional, consolidando a cadeia produtiva em torno da tecnologia dos ônibus elétricos”, diz a nota do banco.