Economia
Segundo mais rico do mundo compra vinhedo de Da Vinci em Milão e impede visitas
Reabertura da propriedade ao turismo é incerta. Representantes do turismo e moradores protestaram contra o fechamento do espaço, considerado um marco de história, cultura e arquitetura
Com uma História de mais de 500 anos, a "Vigna di Leonardo" (O Vinhedo de Leonardo, na tradução para o português), foi o que restou da propriedade que um dia pertenceu a Leonardo da Vinci, em Milão. A paisagem, a construção e algumas fileiras de videiras no quintal da mansão renascentista atraíram milhares de visitantes do mundo todo, nos últimos anos. No entanto, o local agora está fechado e sem data para reabrir ao público após ter sido adquirido pelo bilionário francês Bernard Arnault, dono de um império de marcas de luxo e segunda pessoa mais rica do mundo.
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Com fortuna estimada pela Forbes em US$ 176,3 bilhões (R$ 888 bilhões, na cotação atual), Arnault comprou a propriedade em dezembro de 2022, de acordo com a CNN. A "Casa degli Atellani", como é chamada, é composta de duas casas siamesas do século XV e vinhedo no jardim. A rede americana apurou que o local foi fechado ao público nove meses após a conclusão do negócio. Os últimos ingressos foram negociados para 30 de setembro.
A propriedade pertenceu durante anos a uma família local que foi presenteada, em reconhecimento a sua lealdade, pelo então governante de Milão Ludovico ‘Il Moro’ Sforza. O governante doou um terreno atrás das casas para Da Vinci por ter ficado muito satisfeito com o trabalho dele na Igreja e Convento Santa Maria Delle Grazie, em Milão, onde está o famoso afresco "A Última Ceia", do outro lado da rua da propriedade. Segundo a CNN, Leonardo repousava em seu vinhedo após o dia de pintura.
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A propriedade chegou a ser confiscada por invasores franceses, mas nunca deixou o dia a dia de Da Vinci. Ele escreveu sobre ela no seu no seu “Codex Atlanticus” e celebrou a retomada da área em 1507. Ainda de acordo com a CNN, Da Vinci determinou a divisão do terreno entre dois de seus funcionários em seu testamento. O vinhedo foi redescoberto em 1920, mas acabou danificado por bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial.
Na mesma década, a família de Piero Portaluppi, um dos maiores arquiteto de Milão da época, reformou a propriedade. Pesquisadores voltaram à terra em 2007, descobriram que Da Vinci teria plantado uvas do tipo malvasia di candia aromata e conduziram nova colheita em 2018. Visitas guiadas ao local incluíam afrescos renascentistas e trabalhos em madeira nas paredes e outros detalhes marcantes da estética de Portaluppi, além do jardim e do próprio vinhedo.
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“Casa degli Atellani estruturada em plena liberdade filológica, misturando habilmente cinco séculos de história, em torno de um longo eixo de perspectiva que, a partir dos curtos quatrocentos séculos, atravessa as salas renovadas e alcança, no fundo, um jardim secreto, os restos do que era a vinha de Leonardo da Vinci”, diz uma das últimas postagens do local, no Instagram.
Pessoas e empresas ligadas ao turismo em Milão e moradores da região protestaram contra o fechamento e a incerteza sobre o futuro da propriedade, considerada um marco cultural e uma das obras-primas de Portaluppi.
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Um porta-voz da LVMH disse à CNN que a propriedade foi comprada de forma privada por Arnault, não pelo grupo. Veículos locais ouviram "fontes próximas à família" segundo as quais a área será reaberta ao público de alguma forma. O representante da LVMH não negou as alegações das fontes.
"Terá uma utilização essencialmente privada, como tem até agora, com uma parte dedicada a atividades culturais e ao público", disseram as fontes à imprensa local.
“A ideia é devolver a este edifício de importância histórica e artística o seu esplendor original.”
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