Economia

Cingapura é o lugar mais caro para se comprar um carro: valor supera R$ 380 mil. E isso não inclui o veículo

Licença para adquirir um automóvel de categoria mais simples sai por US$ 76 mil ou US$ 383 mil. Medida, que levou a cidade-estado a entrar para o livro dos recordes, visa a reduzir o trânsito

Agência O Globo - GLOBO 18/10/2023
Cingapura é o lugar mais caro para se comprar um carro: valor supera R$ 380 mil. E isso não inclui o veículo
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Cingapura é um dos lugares mais caros do mundo e não é de se estranhar que ter um carro seja considerado um luxo. Ainda mais agora, quando os custos para manter um veículo atingiram um patamar nunca antes visto, levando a cidade-estado a entrar para o Guiness, o livro dos recordes.

Mão de obra: Cingapura facilita visto para estrangeiros em meio a demanda recorde por trabalhadores

Saiba: Quais são os melhores países do mundo para se aposentar? Brasil aparece mal no ranking

Como mostra reportagem da CNN, o Certificado de Titularidade de dez anos - uma licença que as pessoas precisam adquirir antes de poderem comprar um veículo na cidade-estado - está custando nada menos do que US$ 76.000 (o equivalente a R$ 383 mil), ou seja: mais de quatro vezes o que custava em 2020, de acordo com dados da Land Transport Authority.

Apesar do alto valor, o certificado não pode ser usado para adquirir um veículo de alto padrão: ele só dá direito de comprar um carro de Categoria A, de pequeno ou médio porte, com 1.600 cilindradas (cc) ou menos.

Se a pessoa quiser um maior e mais potente, como um SUV, terá que desembolsar US$ 106.630 (quase R$ 540 mil) para obter a licença da Categoria B, que inclui veículos com preços acima dos US$ 102.900 (cerca de R$ 520 mil). Mas não para por ai: é preciso considerar os custos do próprio veículo.

Assim, comprar um bom carro ficou fora do alcance do cidadão de classe média de Cingapura, onde a renda familiar mensal média, em 2022, era de US$ 7.376 (R$ 37 mil), de acordo com o Departamento de Estatísticas.

O governo de Cingapura adotou um sistema de cotas em 1990 para diminuir o tráfego e reduzir a poluição na cidade-estado com 5,9 milhões de habitantes, carente de espaço, mas que conta com uma rede de transporte público eficiente.

BYD: Montadora chinesa quer negociar isenção de IPVA para carros elétricos com todos os estados do Brasil

Para alguns cidadãos, diz a CNN, o sistema de cotas é visto como o mais recente golpe financeiro. Moradores locais reportaram à rede de notícias americana que viver em Cingapura tornou-se extremamente caro nos últimos anos, devido à inflação persistente, ao aumento dos custos da habitação pública e à desaceleração da economia.

Mas aqueles que defendem o sistema adotado pelo governo dizem que este poupou a cidade-estado dos grandes congestionamentos que rotineiramente assolam outras capitais do Sudeste Asiático, como Bangcoc, Jacarta e Hanói. E salientam que as pessoas que não podem pagar por um Certificado de Titularidade também podem usufruir do extenso sistema de transporte público de Cingapura.

Para aqueles que não querem depender do transporte público local, há a opção de comprar uma motocicleta, cuja licença têm um valor de US$ 7.930 (quase R$ 40 mil).