Economia

Haddad se reúne hoje com Barroso para discutir ação que pode mudar forma de correção do FGTS

Jorge Messias, da AGU, e Jader Filho, do Ministério das Cidades, também participam do encontro; tema preocupa governo

Agência O Globo - GLOBO 16/10/2023
Haddad se reúne hoje com Barroso para discutir ação que pode mudar forma de correção do FGTS
Haddad - Foto: Marcelo Justo/ Ministério da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne nesta segunda-feira com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para tratar da ação que pode mudar o índice de correção a ser aplicado nas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A audiência ocorrerá no Conselho Nacional de Justiça no fim do dia.

Como mostrou O GLOBO, o processo que está sendo analisado pela Corte preocupa o governo, que teme impactos nos cofres públicos a partir de uma eventual mudança definida pelos ministros. A ação está na pauta de julgamentos desta quarta-feira, mas tem chances remotas de ser analisada por ser um dos últimos itens da fila de recursos a ser examinada.

Impacto: Mais de 70% dos fazendeiros sentem na terra e no bolso os efeitos das mudanças climáticas

Compras on-line: AliExpress, certificada pela Receita, começa vendas de até US$ 50 com isenção de imposto. Entenda

A ordem da pauta de julgamentos foi feita de maneira proposital por Barroso a fim de que o governo pudesse apresentar os seus argumentos a respeito da correção do FGTS. Nesta segunda, além de Haddad, participam da audiência o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB).

Entenda o processo

Barroso é o relator da ação apresentada em 2014 pelo partido Solidariedade, que questiona o modelo atual de reajuste dos valores depositados no Fundo. Hoje, ele é remunerado com base na chamada Taxa Referencial (TR).

Saque-aniversário do FGTS: mudança vai permitir a quem aderiu resgatar Fundo em caso de demissão

Em abril, quando o julgamento começou, Barroso votou para que o Fundo tenha rendimentos similares aos da caderneta de poupança e não apenas a TR + 3%, conforme a legislação atual. O julgamento foi paralisado após um pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Em seu voto, o ministro Barroso salientou que, de acordo com o entendimento do STF, não há direito constitucional à correção monetária. No caso do FGTS, que é uma espécie de poupança forçada, de titularidade do trabalhador, o saldo é corrigido por um índice inferior ao da poupança.

Como os níveis de segurança são semelhantes aos da caderneta de poupança, mas com liquidez inferior, a utilização da TR para recuperar perdas inflacionárias não é razoável.

Ao se manifestar, Barroso considerou que a decisão deve ter efeitos a partir da publicação da ata do julgamento da ação. Segundo ele, eventuais perdas comprovadas devem ser negociadas pela via legislativa, caso o Congresso entenda que deve se manifestar, ou por acordo de entidades dos trabalhadores com o governo federal.