Economia

E Agora, Brasil? discute parcelado sem juros no cartão de crédito e as altas taxas do rotativo

Evento do GLOBO e do Valor Econômico acontece na manhã desta sexta-feira e terá transmissão pelas redes sociais dos jornais

Agência O Globo - GLOBO 11/10/2023
E Agora, Brasil? discute parcelado sem juros no cartão de crédito e as altas taxas do rotativo
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Assim como no Brasil, em muitos outros países, quando um titular de cartão de crédito não paga a totalidade do valor da fatura no vencimento, tem o saldo remanescente levado para o mês seguinte, com a incidência de juros mais altos do que outras modalidades de crédito pessoal. Trata-se do rotativo do cartão, tema que está sendo discutido por um grupo de trabalho formado pelo Ministério da Fazenda, Banco Central, bancos, varejo, adquirentes (maquininhas).

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O assunto será debatido em mais uma edição do "E agora, Brasil?", evento promovido pelo jornal O GLOBO e Valor Econômico que será realizado nesta quarta a partir das 10h. O evento pode ser acompanhado pelo YouTube e também pelo LinkedIn e pelo Facebook do GLOBO. Acompanhe:

O objetivo é buscar alternativas para reduzir essa taxa. E, caso isso não aconteça, os juros do rotativo passarão a ser tabelado - o montante a ser cobrado não poderá superar 100% do principal da dívida, segundo um projeto de lei aprovado pelo Congresso.

Hoje os juros no rotativo chegam a 445% ao ano, a taxa mais alta do mercado. E muitos analistas argumentam que, para reduzir essa taxa, seria preciso rever uma prática comum no mercado brasileiro, mas praticamente inexistente em outros países, que é o parcelamento sem juros

Um dos argumentos do setor financeiro para reduzir a taxa do rotativo é que seria necessário rever o parcelamento sem juros no cartão, apontado como uma "jabuticaba brasileira". O argumento é que há uma espécie de subsídio cruzado - como boa parte do crédito ocorre sem juros, a taxa cobrada sobre o rotativo acaba sendo maior. E, ainda, que ao permitir o parcelamento em várias parcelas sem cobrança de juros, a prática incentiva um descontrole financeiro de alguns consumidores, que acabam caindo no rotativo.

Para o varejo, porém, essa modalidade tem papel relevante no consumo. Por isso, ainda não há consenso sobre o caminho a ser adotado.

Participam do debate o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney; Marcos Pinto, secretário de Reformas econômicas do Ministério da Fazenda; Raul Moreira, membro da diretoria da Associação Brasileira de Bancos (ABBC); e Vinicius Carrasco, diretor-executivo da Associação Brasileira de instituições de Pagamento (Abipag).

O E Agora, Brasil? será transmitido pelas redes sociais do GLOBO e do Valor, a partir das 10h30. O evento tem o apoio da Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Turismo e Serviço (CNC) e suas federações. A mediação será feita por Renato Andrade, diretor da sucursal de São Paulo do GLOBO e por Talita Moreira, editora de Finanças do Valor Econômico.