Economia

Americanas altera plano e acena a credores com garantia de R$ 12 bi de seus maiores sócios

Antes, eram R$ 10 bi e outros R$ 2 bi em datas futuras a serem acordadas e relacionadas a métricas de desempenho da companhia, de acordo com fontes

Agência O Globo - EXTRA 10/10/2023
Americanas altera plano e acena a credores com garantia de R$ 12 bi de seus maiores sócios
Lojas Americanas - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Americanas, que deve divulgar seu balanço financeiro no fim deste mês, cedeu aos credores e alterou uma das principais premissas do plano de recuperação judicial, que deverá ser votada em assembleia, ainda sem data definida.

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Agora, os acionistas de referência da varejista decidiram aportar no curto prazo R$ 12 bilhões. Antes, eram R$ 10 bilhões e outros R$ 2 bilhões em datas futuras a serem acordadas e relacionadas a métricas de desempenho da companhia, de acordo com fontes. Os três maiores acionistas da Americanas são os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Em comunicado, a Americanas disse que está em fase avançada de busca de entendimentos com seus credores com vistas a um acordo que possa equacionar suas dívidas, estimadas em mais de R$ 40 bilhões. A varejista disse que a mudança no plano foi feita nesta terça-feira em uma reunião com credores para apresentar aperfeiçoamento da proposta que vinha sendo sendo discutida.

A Americanas, que é assessorada pelo Rothschild & Co, afirmou que "segue empenhada nas negociações destes termos com seus credores financeiros, em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades".

Segundo uma fonte, a mudança foi feita para atender a uma das demandas dos credores. Dentro desse valor de R$ 12 bilhões, já estão incluídos os R$ 2 bilhões em empréstimos-ponte, na modalidade DIP.

Recentemente, a Americanas informou que suspendeu o processo de venda da Uni.co, dona das marcas Puket, Imaginarium e Lovebrand. Uma fonte lembrou que, como a companhia ainda não publicou seu balanço financeiro auditado com o real rombo por conta das supostas fraudes contábeis, os investidores estão aplicando descontos no valor financeiro do ativo.

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De acordo com uma fonte, que aponta um cenário complexo, “sem os números financeiros fechados, a venda fica prejudicada, e os credores podem questionar o negócio". Ao comunicar a suspensão do processo de venda, a Americanas afirmou que “as condições comerciais propostas não refletem o real valor” da Uni.co.

A varejista informou ainda que vai avaliar a retomada das conversações no futuro. “A companhia se reserva o direito de responder a potenciais interessados e engajar em conversas que busquem condições mais atrativas que as indicadas e irá avaliar a possibilidade de retomar o processo.”

Por enquanto, segundo fontes, o processo de venda do Hortifruti, embora lento e com dificuldades, segue normal. Essa fonte lembrou que a companhia precisa de parte da venda de ativos para conseguir recursos para a aprovação do plano de recuperação judicial. A Americanas estima receber de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões por Hortifruti, Uni.Co e um jato executivo 2014 da Embraer, modelo BEM-505, dizem as fontes.