Economia
Companhias aéreas podem economizar milhões de dólares na esteira de remédios como o Ozempic
Relatório diz que se o passageiro médio perdesse 5 quilos, reduziria 1.790 quilos de cada voo da United Airlines, o que implicaria uma economia de 27,6 milhões de galões de combustível por ano
As companhias aéreas e os fabricantes de aeronaves, obcecados com a redução do consumo de combustível, estão constantemente procurando novas maneiras de reduzir o peso das aeronaves. Elas podem ter novos aliados no Ozempic, medicamento para diabetes que passou a ser usado por diversas pessoas para emagrecer, e similares.
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A United Airlines economizaria US$ 80 milhões por ano se o peso médio dos passageiros diminuísse 5 quilos, Sheila Kahyaoglu, estimou a analista da consultoria Jefferies Financial, em relatório publicado na sexta-feira. O estudo foi parte de uma análise mais ampla da Jefferies sobre o entusiasmo do público com o medicamento e os possíveis beneficiários de seu uso.
Pode haver um mercado global de mais de US$ 100 bilhões para esses medicamentos, com as vendas aumentando rapidamente até o final da década, concluiu o relatório. O Ozempic é fabricado pela Novo Nordisk.
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O peso é uma grande preocupação para as companhias aéreas porque, quanto mais um avião pesa, mais combustível ele consome. Combustível e mão de obra são as duas maiores despesas, sendo o combustível responsável por cerca de 25%.
Ao longo dos anos, as companhias aéreas têm usado uma variedade de métodos para reduzir o peso nos voos, como a remoção de revistas e a troca por pratos, utensílios e carrinhos de bebidas de menor peso.
Se o passageiro médio perdesse 5 quilos, isso reduziria 1.790 quilos de cada voo da United, o que implicaria uma economia de 27,6 milhões de galões de combustível por ano, estimou a analista. Com um preço médio de combustível em 2023 de US$ 2,89 por galão, a United economizaria US$ 80 milhões por ano. Isso equivale a 20 centavos de lucro por ação, ou 2% da estimativa de lucro para o ano inteiro feita pela Jefferies, de US$ 9,50 por ação, afirmou ela.
"Esse benefício deve ser reconhecido de forma semelhante em todas as companhias aéreas", escreveu Sheyla.
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Nos Estados Unidos, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças afirmam que um em cada três adultos e uma em cada cinco crianças são obesos ou têm um índice de massa corporal de 30 ou mais, no caso dos adultos. E a parcela da população mundial considerada acima do peso deve chegar a 41,5% este ano, contra 36,4% em 2013, de acordo com o relatório da Jefferies.
Outros setores que se beneficiam do crescimento dos medicamentos para perda de peso são o farmacêutico, o de vestuário - especialmente o de roupas esportivas - e o de cosméticos, segundo o relatório da Jefferies. Um efeito negativo poderia atingir os restaurantes e alguns produtores de alimentos e bebidas se os consumidores mudarem para uma alimentação mais saudável ou pararem de comprar alguns produtos.
O relatório aponta ainda que o alto custo dos medicamentos poderia reduzir os gastos com itens como móveis ou viagens.
Os preços do combustível de aviação em Nova York subiram 39%, ou 89 centavos de dólar por galão, nos últimos três meses, chegando a US$ 3,19 na sexta-feira. Cada aumento de 10 centavos de dólar por galão de combustível de aviação custa às companhias aéreas US$ 2 bilhões por ano, de acordo com estimativas de 2023 do Escritório de Estatísticas de Transportes e Companhias Aéreas dos EUA.
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