Economia
Navio sustentável movido à vela de metal deixa o Brasil rumo a Polônia em viagem inaugural; entenda
Embarcação também usa óleo, mas conta com duas velas de aço movidas a vento que economiza combustível; estima-se que a indústria seja responsável por mais de 800 toneladas de emissão de CO2 anualmente
Com duas velas metálicas de 200 toneladas e 37,5 metros de altura movidas a energia eólica, o navio Pixys Ocean, da empresa de transporte marítimo Cargill, promete trazer sustentabilidade para o transporte marítimo. Ele chegou ao litoral brasileiro em meados de setembro e, no último domingo, deixou o porto de Paranaguá na segunda etapa de sua viagem inaugural, levando 63 toneladas de soja rumo a Polônia.
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O objetivo do empreendimento é reduzir o consumo de combustível e a emissão de carbono no transporte marítimo. A expectativa é que o navio economize, em média, 30% de combustível nas embarcações. Em uma rota internacional comum, esse valor pode chegar a 1,5 tonelada por dia. A embarcação também é movida a óleo, mas na prática, o vento impulsiona o navio para a frente, como um veleiro, e torna possível reduzir o gasto energético do motor.
Construído em 2017, sua primeira jornada como um navio híbrido foi da China para o Brasil, em agosto deste ano. A inovação veio do Reino Unido, mas as velas, chamadas de WindWings, são fabricadas na China.
A estrutura do seu equipamento é de aço, revestido em fibra de vidro, e a vela demora cerca de 20 minutos para ser erguida. De pé, tem a capacidade de girar 360 graus e se adaptar à direção do vento. Ao capitão cabe subir e descer a vela, já que o ajuste é automático e feito por meio de um programa de computador.
Atualmente, frente às demandas dos consumidores americanos e europeus, as empresas de navios cargueiros se esforçam para reduzir as emissões de carbono.
— A indústria marítima está numa jornada para a descarbonização. Não é fácil, mas é emocionante — disse Jan Dieleman, presidente da divisão de transporte marítimo da Cargill, responsável pela embarcação, em agosto, pouco após o navio deixar o porto chinês.
A meta estabelecida pela Organização Marítima Internacional (IMO) em junho deste ano é cortar 30% das emissões de carbono até 2030 e zerar até 2050. Estima-se que a indústria seja responsável por cerca de 2,1% das emissões globais de dióxido de carbono, totalizando cerca de 837 milhões de toneladas.
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