Economia

Gigante chinesa Evergrande é listada novamente na Bolsa de Valores de Hong Kong

Empresa tornou-se símbolo da crescente crise imobiliária chinesa

Agência O Globo - GLOBO 03/10/2023
Gigante chinesa Evergrande é listada novamente na Bolsa de Valores de Hong Kong

O endividado gigante imobiliário chinês Evergrande retomou, nesta terça-feira, as negociações na Bolsa de Valores de Hong Kong, segundo um comunicado publicado em site do mercado financeiro.

Fundador do grupo imobiliário Evergrande é alvo de operação policial na China

Centro de crise no mercado imobiliário chinês, Evergrande lança plano de reestruturação

“A negociação de ações do grupo chinês Evergrande será retomada às 9h (hora local) de hoje, terça-feira", indica o comunicado.

Um outro comunicado, em separado, anunciou que a negociação da Evergrande Servicios de Propiedades também foi retomada.

A reativação ocorre depois que a empresa publicou, na segunda-feira, um informe de que iria retomar as operações na bolsa.

Desaceleração da economia chinesa entra no radar das mineradoras

Opinião do GLOBO: Brasil precisa prestar atenção ao risco de deflação na China

Evergrande tornou-se um símbolo da crescente crise imobiliária chinesa, com várias empresas fortemente endividadas, o que suscitou receios de impacto na economia do país e até em nível global.

A empresa havia suspendido a negociação de suas ações na quinta-feira, 28 de setembro, quando anunciou que seu chefe, Xu Jiayin, era suspeito de “crime ou ofensa que viola a lei” e que ele permanecia sob vigilância.

A empresa não explicou a decisão de suspender a negociação de ações naquele dia, o que afetou também seus serviços imobiliários e unidades de veículos elétricos.

Dívidas

A empresa estima que suas dívidas totalizavam US$ 328 bilhões, até o fim de junho.

A Evergrande alertou, em setembro, que não seria capaz de emitir nova dívida porque a sua subsidiária Hengda Real Estate Group estava sob investigação.

Depois disso, as reuniões marcadas para reestruturar sua dívida foram canceladas.

O sector imobiliário e da construção tem sido um pilar do crescimento da China – representa um quarto do PIB – e tem registado um forte boom nas últimas décadas.

Mas a enorme dívida contraída por suas principais empresas passou a ser considerada por Pequim como um risco inaceitável para a economia.

A crise da Evergrande agravou a desaceleração na segunda maior economia do mundo, o que levou o desemprego juvenil a níveis históricos.