Economia

Mais 7 mil trabalhadores se juntam à greve do sindicato dos trabalhadores das montadoras nos EUA

Segundo o presidente do UAW, Shawn Fain, a convocação foi específica para duas fábricas: uma da Ford, em Chicago, e outra da GM, em Michigan

Agência O Globo - GLOBO 29/09/2023
Mais 7 mil trabalhadores se juntam à greve do sindicato dos trabalhadores das montadoras nos EUA

O presidente do UAW, sindicato que representa os trabalhadores das montadoras nos EUA, Shawn Fain, convocou hoje mais 7 mil trabalhadores para aderirem a greve em curso no setor. O chamado foi específico para duas fábricas: uma da Ford, em Chicago; e outra da General Motors, em Lansing (Michigan).

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Esses operários vão se juntar aos 18.600 já paralisados, no âmbito do movimento que começou há duas semanas em busca de melhorias salariais para os trabalhadores destas duas empresas e da Stellantis.

O líder sindical especificou que não haverá prorrogação da greve na Stellantis, devido a "avanços significativos" em vários pontos em discussão. Ele mencionou um mecanismo de reajuste salarial com base no custo de vida e o direito à greve, em caso de fechamento de fábricas, ou remanejamento da produção por parte do fabricante.

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"Estamos entusiasmados em ver este impulso na Stellantis", disse o líder do poderoso sindicato em uma mensagem ao vivo no YouTube.

Na semana passada, o UAW chegou a celebrar os avanços significativos com a Ford. Mas o vento parece ter mudado, e o presidente do UAW criticou a montadora, publicamente, esta semana por ter suspendido, na segunda-feira, a construção de uma fábrica de baterias em Michigan, considerada um grande projeto pela empresa.

Esta semana, os trabalhadores em greve receberam apoio do presidente Joe Biden, que foi a um centro de distribuição de autopeças da GM em Belleville, subúrbio de Detroit, na terça-feira.

Pressão

A gerência da Ford reagiu aos comentários de Shawn. O CEO Jim Farley acusou o UAW de má fé e de dizer a seus membros que a transição do grupo para carros elétricos levará a cortes de empregos em pouco tempo.

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"Nenhum de nossos empregados perderá o emprego por causa de nossas fábricas de baterias durante o próximo acordo de negociação coletiva, ou mesmo depois disso", disse Farley. "Ainda temos tempo para chegar a um acordo e evitar um verdadeiro desastre, mas não por muito mais tempo", alertou.

Em um comunicado, o vice-presidente executivo de fabricação global da GM, Gerald Johnson, disse que a empresa espera uma "contraproposta abrangente da liderança do UAW" para sua última proposta.

A política entra em cena

A greve agora foi estendida a cerca de 25.600 trabalhadores sindicalizados. A maioria dos 146.000 membros do sindicato continua trabalhando.

Os trabalhadores em greve receberam apoio esta semana do Presidente Joe Biden, que foi a um piquete em um centro de distribuição de autopeças da GM em Belleville, subúrbio de Detroit, na terça-feira.

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O presidente considerou legítimo o fato de o sindicato exigir um aumento salarial de 40% para o novo acordo de negociação coletiva de quatro anos.

O ex-presidente Donald Trump esteve na região na quarta-feira, visitando uma fábrica de peças independente dos fabricantes e fora da órbita do sindicato UAW.

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