Economia

Dono de império de luxo é investigado por lavagem de dinheiro com oligarca russo na França

Bernard Arnault, um dos homens mais ricos do mundo e CEO do grupo Louis Vuitton, é suspeito de ocultar a compra de propriedades em cidade turística dos Alpes conhecida como 'playground dos magnatas'

Agência O Globo - GLOBO 29/09/2023
Dono de império de luxo é investigado por lavagem de dinheiro com oligarca russo na França
Bilionário francê Bernard Arnault - Foto: Reprodução

O bilionário francê Bernard Arnault, presidente e CEO do império do luxo LVMH, da grife Louis Vuitton, e o oligarca russo Nikolai Sarkisov estão sendo investigados por suspeita de lavagem de dinheiro em uma cidade turística nos Alpes, anunciou a procuradoria de Paris na quinta-feira.

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De acordo com a fonte, que confirmou uma informação do jornal Le Monde, o procedimento incorporou um relatório da unidade de inteligência financeira do Ministério da Economia francês sobre as operações dos dois magnatas na vila de Courchevel, conhecida como um playground de magnatas.

Com base neste relatório, o jornal francês afirma que em 2018, Sarkisov, de 55 anos, comprou 14 propriedades imobiliárias em Courchevel por € 16 milhões (R$ 85 milhões) através de uma rede complexa de empresas na França, Luxemburgo e Chipre.

Oficialmente, o comprador era a empresa La Flèche. O nome do oligarca não aparece em seus estatutos, embora ele fosse o proprietário efetivo.

Através desta empresa, o oligarca russo comprou outras três propriedades na mesma estação de esqui por € 2,2 milhões (R$ 11 milhões) que geraram um ganho de capital de € 1,2 milhão (R$ 6,5 milhões) para outra empresa, a Croix Realty, da qual ele também é o proprietário através de outra complexa estrutura empresarial.

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Para financiar essas operações, Arnault, que possui uma das maiores fortunas do mundo e proprietário do grupo LVMH, que reúne as marcas Louis Vuitton Moët Hennessy, Christian Dior, Tiffany e Dom Pérignon Champagne, entre outras, transferiu para Sarkisov € 18,3 milhões (R$ 97,5 milhões). Ele então comprou o conjunto da empresa La Flèche, tornando-se o beneficiário efetivo dessas propriedades.

Os investigadores do Ministério da Economia francês, citados pelo Le Monde, consideram que essa estrutura busca "esconder a origem exata dos fundos" e "disfarçar o beneficiário efetivo de todas essas operações, ou seja, Bernard Arnault".

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Questionado pela AFP, o grupo LVMH se recusou a fazer qualquer comentário. Um porta-voz disse ao jornal Le Monde que a operação foi realizada "no mais estrito respeito pela lei".

O círculo próximo do oligarca, citado pelo Le Monde, afirmou que o ganho de capital da operação foi apenas de "algumas centenas de milhares de euros" e Sarkisov "não esteve pessoalmente envolvido" nela.