Economia
Greve nas montadoras dos EUA já afeta a brasileira Gerdau, que vai reduzir produção de aço
Empresa tem metade de seu lucro global no mercado americano. No Brasil, preocupação é com importações chinesas, e CEO cobra ação do governo
A siderúrgica brasileira Gerdau reduzirá a produção de aços especiais nos Estados Unidos no próximo mês, devido à greve em fábricas de três grandes montadoras nos EUA. A paralisação dos trabalhadores deve reduzir a demanda por aço de fabricantes de autopeças.
Shawn Fain: Saiba quem é o líder sindical que desafiou as Três Grandes de Detroit ao declarar uma greve simultânea?
Do piquete ao palanque: Onda de greves nos EUA chega à corrida pela Casa Branca
A decisão deve afetar os resultados financeiros da Gerdau na América do Norte, com a extensão das perdas dependendo da duração da greve, disse o CEO da siderúrgica, Gustavo Werneck, durante um evento nesta quarta-feira em São Paulo.
O sindicato United Auto Workers (UAW) planeja expandir a greve contra as montadoras tradicionais de Detroit - Ford, GM e Stellantis, conhecidas como as "Três Gigantes de Detroit" - na sexta-feira se não houver grandes progressos nas negociações.
O UAW iniciou uma greve simultânea histórica nas fábricas operadas pela General Motors, Stellantis e Ford Motor no dia 15 deste mês e, uma semana depois, expandiu o movimento para mais 38 fábricas da GM e da Stellantis.
O GLOBO no seu celular: Clique aqui para seguir o novo canal Economia e Negócios no WhatsApp
O principal executivo da Gerdau disse que uma greve mais duradoura teria inevitavelmente um efeito dominó sobre a demanda pelo aço especial necessário para a produção de autopeças, afetando as operações da empresa.
A companhia com sede em São Paulo está investindo US$ 280 milhões para aumentar a capacidade de produção anual em suas instalações nos EUA – principalmente no Texas – para 2,2 milhões de toneladas, um acréscimo de cerca de 47%. A divisão americana é responsável por cerca de metade do lucro consolidado da Gerdau.
Biden: Presidente dos EUA faz História ao se tornar primeiro presidente americano a unir-se a piquete grevista
Werneck vê um no entanto o mercado americano equilibrado para produtos de aços longos, como vergalhões, carris e fio-máquina, com a Lei de Redução da Inflação e o regresso de projetos da Ásia aos EUA provavelmente elevando a demanda nos próximos cinco anos.
O CEO também disse que está pessimista em relação à recuperação econômica da China, uma vez que o consumo de aço no mercado imobiliário chinês não se recuperará no curto prazo, o que significa que o país terá uma grande quantidade do metal para exportar e inundar os mercados globais.
Dólar blue, soja e vaca muerta: Por que a Argentina não para de criar modalidades de câmbio
O Brasil será um dos mercados mais afetados se o governo brasileiro não tomar medidas urgentes nos próximos 30 dias, incluindo o atendimento à solicitação do setor siderúrgico de aumentar os impostos de importação para 25%, disse Werneck.
- Estamos na iminência de tomar decisões muito difíceis no setor, iniciando o processo de demissões em massa. Com a Gerdau não será diferente - afirmou Werneck.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado
-
5DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados