Economia
CGU diz que 93% dos empréstimos consignados do Auxílio Brasil ocorreram entre o 1º e o 2º turno das eleições
Órgão destaca que modelo de concessão facilitada foi desenhado pelo governo Bolsonaro. Investigação foi encaminhada ao TSE
A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que a grande maioria das concessões de empréstimos consignados no antigo Auxílio Brasil ocorreu durante as eleições de 2022, entre o primeiro e o segundo turno: 93% dos contratos foram autorizados pela Caixa em outubro.
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O ministro da CGU, Vinicius Carvalho, apontou que o modelo de concessão facilitada foi desenhado pelo então governo Jair Bolsonaro e que a Caixa foi apenas a executora da medida.
— Há uma concentração enorme do crédito consignado para pessoas beneficiárias do Auxílio Brasil no mês, entre o primeiro e o segundo turno das eleições. E a taxa cobrada foi de 50%, o dobro da média que se cobra em empréstimos consignados para servidores públicos. A parcela da população mais vulnerável fez contratos de crédito com taxas de juros muito maiores do que a média - afirmou Carvalho.
Vinicius Carvalho também destacou que, no modelo auxílio caminhoneiro e taxista, 78% das pessoas que receberam o benefício não tinham direito a ele.
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Os pagamentos também ocorreram durante as eleições, nos meses de agosto, setembro e outubro.
— Têm que ser apuradas as responsabilidades. E um encaminhamento importante é o envio dessas auditorias para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para que o tribunal possa avaliar se houve abuso de poder político e econômico - afirmou.
Carvalho acrescentou:
— A Caixa está fazendo o trabalho dela (de apuração interna), mas a Caixa foi executora dessa política. Pode ser que exista uma irregularidade na execução, mas nós temos uma questão relacionada ao desenho e ao momento que isso aconteceu. Eu acho que foi mais uma decisão política do que no campo da Caixa.
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