Economia
Vendas no comércio sobem 0,7% em julho, aponta IBGE
Setor de artigos de uso pessoal e doméstico puxou resultado no mês
As vendas do varejo brasileiro avançaram 0,7% em julho, após variação de 0,1% em junho. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
No acumulado do ano, o varejo registra alta de 1,5%
Nos últimos 12 meses, o volume de vendas acumula expansão de 1,6%
Frente a julho de 2022, a alta é de 2,4%
Com o resultado de julho, o comércio varejista do país está 2,2% abaixo do nível recorde da série, de outubro de 2020
O crescimento em julho veio após três meses de resultados próximos a zero. Em abril e junho, o comércio ficou estável. Em maio, caiu 0,6%. A última alta havia sido em março, com avanço de 0,7%:
— Assemelha-se a março, em termos de patamar, pegando esse cenário de estabilidade, mas ainda não é o caso de um crescimento pronunciável — ressalta o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Mudança na política de importações e antecipação de Black Friday
Das oito atividades investigadas no varejo restrito, quatro tiveram alta no mês. O segmento de equipamentos e material para escritório registrou a maior expansão no período, com alta de 11,7% no volume de vendas. Segundo o IBGE, esta é a atividade que apresenta a maior volatilidade neste ano, com resultados de grande amplitude. O dólar e as mudanças na política de importação ajudam a explicar a alta deste mês.
— Houve algumas mudanças na questão da tributação das importações, que acabam oferecendo um ímpeto maior na variação dessa atividade — justifica o pesquisador.
A segunda maior alta, e a que puxou o resultado no mês em função de seu peso, foi a atividade de "outros artigos de uso pessoal e doméstico". As vendas subiram 8,4% na passagem de junho para julho. Segundo Santos, a alta vem muito por conta de base de comparação baixa por conta da crise contábil de grandes cadeias, mas houve promoções pontuais.
— Algumas grandes lojas realizaram uma espécie de antecipação de Black Friday. Embora tenha sido algo bastante específico, focado, e não tenha atingido a atividade como um todo, foi suficiente pra dar essa virada de trajetória — complementa Cristiano.
O setor de hiper e supermercados, que representa mais de 45% da pesquisa, avançou 0,3% em julho após uma alta de 1,4% em junho. Segundo Cristiano, as empresas do setor tem tido um aumento na receita em função da queda da inflação, que tem concedido um alívio maior ao orçamento das famílias. A outra atividade que fechou julho no campo positivo foi artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com alta de 0,1%.
Com fim do programa de descontos para carros, vendas caem 6,2%
No lado das quedas, a atividade de tecidos, vestuário e calçados caiu 2,7% e a atividade de livros, jornais, revistas e papelaria recuou 2,6%. A primeira vem acumulando forte queda nos últimos meses por conta da crise contábil das grandes cadeias varejistas. Já a segunda, que vem numa trajetória de recuperação em 2023, recuou por conta da base alta de comparação. Móveis e eletrodomésticos (-0,9%) e combustíveis e lubrificantes (-0,1%) fecham as variações negativas do mês.
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas caíram 0,3%. O setor de material de construção variou positivamente em 0,3%. A queda de 6,2% no volume de vendas de veículos e motos, contudo, puxou o resultado para baixo.
Com o fim do programa do governo que concedeu descontos para a compra de carros populares, que se encerrou no dia 7 de julho, as vendas recuaram após uma alta de 8,8% em junho.
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