Economia
Dona da Itaipava pretende vender parte dos caminhões para pagar dívidas com credores até 2035
Grupo Petrópolis entrou com pedido de recuperação judicial em março, devendo aproximadamente R$ 4,2 bilhões
O Grupo Petrópolis, conhecido por suas marcas tradicionais de cerveja, como Itaipava e Petra, apresentou um novo plano de recuperação judicial à 5ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro nesta quinta-feira. Na próxima segunda-feira, a empresa e seus credores se reúnem em uma assembleia para debater os principais pontos do documento. De acordo com a proposta apresentada à Justiça, a empresa pretende quitar dívidas com credores até 2035.5.
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A companhia entrou com um pedido de recuperação judicial em março, com uma dívida de aproximadamente R$ 4,2 bilhões. No novo plano, o Grupo elenca as causas para a crise financeira atual, são elas: a diminuição na receita diante da queda no volume de vendas entre 2020 e 2022 e o aumento da taxa Selic, que torna as dívidas mais caras.
A empresa destaca como pontos positivos sua capacidade de produção anual de 52,4 milhões de hectolitros, a geração de 24 mil empregos diretos e estimados 100 mil empregos indiretos, a propriedade de marcas nacionalmente conhecidas como Itaipava, Crystal, Petra, TNT, entre outras, e uma extensa rede de distribuição, que alcança todo o território brasileiro.
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Como forma de levantar recursos, a companhia pretende vender 2.926 caminhões usados e alugar outros 2.392 caminhões, sendo 534 novos. A recuperação judicial do grupo cita por volta de 5 mil credores, entre trabalhadores, fornecedores, bancos e micro e pequenas empresas.
O grupo de credores que tem prioridade de recebimento em caso de recuperação judicial são os trabalhadores. Aqueles com dívidas trabalhistas de até R$ 6.600 recebem em até 30 dias, contados a partir da aprovação do plano pela Justiça.
Já entre os funcionários a receber entre R$ 6.600 e 150 salários, os pagamentos serão feitos em 11 parcelas mensais consecutivas, a partir de 60 dias após a homologação do plano. Dívidas trabalhistas com valor superior a 150 salários serão pagas conforme contrato, podendo se estender até 2035.
Credores com garantias reais podem receber o montante devido com descontos de até 70% ou escolher receber parcelado até 2035. As mesmas condições, de ter suas dívidas quitadas até 2035, foram apresentadas aos credores fornecedores, uma subclasse da categoria de quirografários. Neste caso, haverá incidência de juros.
Renato Scardoa, sócio do S. DS, Scardoa e Del Sole Advogados, escritório que representa o grupo de credores fornecedores, avalia que o plano traz insegurança jurídica para seus clientes.
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Segundo ele, o interesse desse grupo está atrelado a ter uma forma de pagamento melhor e uma expectativa de continuidade de fornecimento para a empresa, mantendo o fluxo de receitas.
— O problema é que, primeiro, o credor precisa aprovar o plano, para depois mandar uma carta de intenção dizendo que quer continuar fornecendo, mas o plano não deixa claro sobre qual o tratamento dado caso o Grupo Petrópolis não tenha interesse na continuidade do fornecimento. Acredito que isso deve ter sido um lapso na formulação do plano. Espero que essa insegurança seja corrigida na segunda — diz.
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