Economia

Dona da Amil, UnitedHealth coloca operadora e rede de hospitais à venda

Gigante americana quer se desfazer de toda operação no Brasil de uma só vez

Agência O Globo - GLOBO 05/09/2023

O UnitedHealth Group, dono da Amil e da Americas Serviços Médicos, colocou à venda toda a sua operação no Brasil, conforme antecipou o colunista Lauro Jardim. Essa não é a primeira vez que a gigante americana tenta se desfazer do negócio no país, mas depois de uma mal sucedida tentativa de negociar a deficitária carteira de planos individuais, no ano passado - que acabou suspensa pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - o grupo agora quer fazer uma operação em bloco, sem desmembramento de seus ativos.

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Segundo fontes, o UHG ainda não tem comprador para o negócio ainda e nem teria pressa para que a venda aconteça. Trata-se de uma mudança de estratégia e não uma necessidade de levantar recursos. A gigante americana reportou receitas de US$ 92 bilhões no segundo trimestre deste ano.

O grupo teria determinado que toda a transação seja conduzida de forma criteriosa, respeitando as regras regulatórias e sem causar prejuízos a clientes e colaboradores.

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O negócio foi avaliado pelo Bank of America (Bofa), entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, segundo informou o Valor. A Amil é hoje a terceira maior operadora do país, com 3,1 milhões de usuários em planos médicos e 2,3 milhões, em odontológicos, 19 hospitais e 52 unidades de atendimento, como ambulatórios e centros de diagnósticos. Já Americas tem 28 centros médicos e clínicas especializadas, 7 centros de excelência, além de 12 hospitais.

Desde janeiro do ano passado, fala-se que o BTG teria sido contratado pelo UHG no Brasil para capitanear a saída do grupo do país. No entanto, as mudanças na liderança da companhia e novas iniciativas como o retorno da venda de planos individuais, em maio, pareciam ter colocado essa operação fora da agenda do UHG, na avaliação de analistas do mercado.

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A situação financeira da empresa parece se agravar, a Amil registrou o maior prejuízo entre as empresa do setor, em 2022, com resultado negativo em R$ 1,6 bilhão. Nesse primeiro semestre novamente a operadora está no topo da lista de operadoras com piores resultados, com prejuízo de R$ 866 milhões.

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