Economia
Economistas revisam projeções e já veem PIB acima de 3% este ano
Resultado no segundo trimestre surpreendeu, com alta acima do esperado
O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) apontou perda de fôlego na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Ainda assim, o resultado veio acima do esperado pelos analistas, com alta de 0,9%, frente a uma estimativa média de 0,3%, o que leva os agentes a revisarem as projeções para o ano. As projeções estão caminhando para perto de um crescimento de 3% em 2023.
Agora é oficial: Brasil é o novo 'rei do milho' e supera os EUA em exportações globais
Crise da 123milhas: Quem é a pessoa que tem, sozinha, R$ 2,6 milhões a receber
Muitos dos ajustes que já ocorrem são em função de um efeito estatístico, chamado "carrego". Quer dizer, dado o ritmo do PIB no primeiro semestre, mesmo que a economia fique estagnada no segundo semestre na comparação com a primeira metade deste ano, na média de 2023, já terá um ganho em relação ao PIB de 2022.
Alguns economistas já calcularam um carrego estatístico em torno de 3,0% para o resto do ano. Ou seja, para o PIB, na média anual, ficar abaixo deste patamar, seria preciso que a economia declinasse no segundo semestre na comparação com o primeiro.
Nas contas do Santander, a alta de 0,9% entre abril e junho implica uma alta já contratada de pelo menos 3,1% para o PIB em 2023.
"A nossa previsão de crescimento do PIB para 2023 de 1,9% está atualmente em revisão com riscos inclinados para cima", disse o banco em relatório.
Resiliência
Segundo economistas do banco, embora as condições financeiras continuem em níveis criticamente restritivos, os indicadores da atividade econômica têm demonstrado uma elevada resiliência, na esteira de um mercado de trabalho ainda restritivo.
O banco Goldman Sachs agora prevê um crescimento do PIB de 3,25% em 2023, contra estimativa anterior de 2,65%. O economista Alberto Ramos, que acompanha a economia brasileira, também estima um carrego estatístico de 3,1% para este ano.
“Esperamos que a atividade se beneficie de estímulos fiscais e parafiscais (como as robustas transferências para lares de baixa renda, que têm alta propensão a consumir), de uma expansão real nos salários e de um declínio na inflação de alimentos”, diz um relatório divulgado pelo Goldman nesta sexta-feira, assinado por Ramos.
Carlos Lopes, economista do banco BV, também já estima um número mais positivo para o PIB este ano.
— O resultado bastante positivo desse segundo trimestre eleva bastante essa perspectivas para o ano, que deve ter um número de crescimento por volta de 3% por causa do carrego. Ainda estamos revisando as projeções, mas a do ano deve ficar próxima disso — afirmou.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados
-
5TENSÃO INTERNACIONAL
Confisco de ativos russos pode acelerar declínio da União Europeia, alerta jornalista britânico