Economia
CPI da Americanas não deve trazer indiciamentos formais contra ex-executivos da companhia
Deputados querem complementar investigações sendo feitas pela Polícia Federal e pelo MPF
O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas não deve prever indiciamentos contra ex-diretores e executivos da companhia. A cúpula da comissão avalia que um documento reunindo provas e depoimentos coletados será encaminhado às autoridades policiais.
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Americanas: Acordos de delação premiada prometem revelar detalhes da fraude de R$ 20 bi na companhia
A constatação de fraudes financeiras estará nele, mas sem sugestões criminais personalizadas. A CPI tem prazo de duração até o dia 20 de setembro e não há previsão para prorrogação dos trabalhos.
O entendimento de deputados, que conversaram com o GLOBO sob reserva, é de que acusações não podem ser formalizadas antes da finalização das investigações na Polícia Federal e no Ministério Público Federal.
A antecipação poderia levar a desencontros entre crimes apontados pela CPI e as conclusões da PF. Diferente da comissão, não há prazo para os policiais finalizarem as apurações.
Os parlamentares preferem, então, não correr riscos judiciais. Eles ponderam, porém, que a CPI tem a missão de acelerar as investigações policiais, à medida que os fatos são revelados ao público.
Delações premiadas em negociação
Nesta terça-feira, o procurador da República do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, José Maria Panoeiro, participou de audiência pública na CPI e confirmou que a instituição negocia com ex-diretores da Americanas delações premiadas no processo criminal que investiga a fraude bilionária na empresa.
— Temos em curso negociações de delações premiadas. No entender do MPF, para delitos que ocorrem no ambiente de empresas, muito dificilmente nós teremos acesso a estruturas decisórias. Precisamos saber concretamente quem atuava, quem interferia, tanto de blindagem com auditorias, quanto a divulgação falsa de balanços. A negociação que foi feita foi longa. Ainda não tenho notícia da homologação. Mais cedo ou mais tarde algumas medidas cautelares serão necessárias — disse.
Segundo informações dos colunistas do GLOBO Lauro Jardim e Malu Gaspar, os ex-diretores Flávia Carneiro e Marcelo Nunes, assinaram acordos de delação premiada com o MPF.
Na sessão desta terça, compareceram Acen Amaral Vatef, delegado de Polícia Federal da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, além de Márcio Cruz Meirelles, ex-diretor da Americanas.
Ele, porém, conseguiu um habeas corpus na Justiça, obtendo o direito de ficar calado e não respondeu a perguntas.
A ex-diretora Flávia Carneiro também deveria ter prestado depoimento nesta terça, mas não compareceu.
Na semana que vem, os deputados devem ouvir o ex-CEO da Americanas Sergio Rial, que ficou nove dias no cargo e revelou o escândalo bilionário de fraude da empresa no início do ano.
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