Economia
Bolsas de NY fecham em queda, com mercado de olho em Powell e Ucrânia
As bolsas de Nova York fecharam em leve queda nesta segunda-feira, 21. Além da continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia, os papéis foram influenciados por um tom mais hawkish nos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. Além disso, em segundo plano, investidores estiveram de olho em falas do presidente da distrital do Fed em Atlanta, Raphael Bostic, e dados de atividade nacional dos Estados Unidos, enquanto a ação da Boeing teve queda forte após acidente na China com avião fabricado pela empresa.
No fechamento, o Dow Jones caiu 0,58%, a 34.552,99 pontos, o S&P 500 perdeu 0,04%, a 4.461,18 pontos, e o Nasdaq teve queda de 0,40%, a 13.838,46 pontos.
Os três principais índices acionários de Nova York começaram a sessão voláteis, sem direção única, com o mercado acompanhando a guerra na Ucrânia. “Este é o principal impulsionador dos mercados nos próximos dias e talvez até semanas – é sobre tudo o que sai do conflito na Ucrânia”, disse Carsten Brzeski, do ING. Mais tarde, os índices acionários perderam força e aceleraram quedas, em meio a comentários de Powell. Segundo ele, caso seja apropriado, o BC pode aumentar juros em mais de 25 pontos-base em uma reunião.
“Os investidores estão levando a transparência de Powell como um passo adiante para dizer ‘ele está apenas nos preparando para o pior'”, disse Shannon Saccocia, diretora de investimentos da Boston Private.
Para Edward Moya, da Oanda, os riscos de aumentos de 50 pontos-base devem fazer alguns compradores do mercado de ações ficarem mais defensivos. “A dura realidade dos aumentos mais rápidos das taxas está se instalando para alguns traders e isso pode eventualmente levar a uma birra”, afirmou, em relatório enviado a clientes.
Em segundo plano, o mercado acompanhou falas do presidente da distrital do Fed em Atlanta, Raphael Bostic, que disse que as incertezas no cenário econômico reduziram sua confiança de que um ritmo de elevação de juros “extremamente agressivo” será apropriado. O dirigente explicou que um aperto muito rápido poderia piorar o já difícil quadro da economia. Além disso, investidores ficaram de olho no índice de atividade nacional dos Estados Unidos, elaborado pelo Fed de Chicago, que caiu de +0,59 em janeiro a +0,51 em fevereiro.
Entre ações em foco, Boeing caiu 3,59%, após acidente com avião da empresa com 132 pessoas a bordo cair na província de Guangxi, no sul da China.
Entre companhias aéreas, como American Airlines (-3,94%) e Delta Airlines (-4,22%), também despencaram, em meio à alta de 6% do petróleo. Por outro lado, na esteira da alta do óleo, petroleiras avançavam, como ExxonMobil (+4,49%) e Occidental Petroleum (+8,39%).
Autor: Letícia Simionato
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