Cultura Pop
Vida de Asa Branca inspira filme e revela bastidores de fama, amores e excessos
Paulista morreu em fevereiro de 2020 por complicações de um câncer na garganta
“Seguuuuura, peão!” O bordão eternizado por Asa Branca é símbolo de uma trajetória marcada por carisma e ousadia. Natural de Turiúba, interior de São Paulo, o locutor revolucionou as narrações de rodeio nos anos 1990, levando o esporte a um novo patamar de popularidade. Sua voz inconfundível atravessou as arenas, chegou às novelas, programas de TV, e o projetou ao estrelato. Entre romances com celebridades, fortuna e fama, Asa Branca também enfrentou a derrocada causada por vícios e má administração financeira. Essa história de altos e baixos chega agora ao cinema com o filme “Asa Branca, a voz da arena”, que estreia nesta quinta-feira, 18.
Dirigido por Guga Sander e estrelado por Felipe Simas, o longa retrata a vida do locutor com nuances de romance, baseando-se em episódios reais. O roteiro destaca sua origem humilde e o grave acidente sofrido ainda como peão: ao cair de um boi, Asa quebrou quatro costelas e perfurou o pulmão. Durante a recuperação, aproximou-se das locuções de rodeio e decidiu mudar de carreira, inspirado pelas transmissões que ouvia em casa.
Em busca de inovação, Asa Branca passou um período como imigrante ilegal no Texas, nos Estados Unidos, de onde trouxe um microfone sem fio — tecnologia inédita no Brasil à época. O equipamento permitiu que ele narrasse dentro da arena, ao lado dos peões, conquistando o público com rimas e criatividade. Um dos momentos marcantes, reproduzido no filme, é sua chegada de helicóptero em plena arena para iniciar a apresentação.
O contato com o rodeio internacional foi fundamental para que Asa aplicasse novos conceitos no Brasil. No auge, chegou a faturar até R$ 1 milhão por mês. Com o sucesso, vieram os excessos: festas, envolvimento com diversas mulheres, álcool e drogas. Em meio às dívidas e apresentações perdidas, uma frase marcante do locutor, repetida no longa, resume sua relação com o dinheiro: “Não fui eu que esparramei o dinheiro, vou juntar para quê?”
O lado mulherengo de Asa Branca é ressaltado no filme, embora sem detalhar os nomes das famosas com quem se relacionou. Entre elas, a apresentadora Marília Gabriela, com quem chegou a morar em São Paulo, e a atriz Alexia Deschamps. Também teve um breve romance com Núbia Oliiver, que relembrou o relacionamento ao Fantástico após a morte do locutor.
O longa foca no auge do ex-peão, mas a vida de Asa Branca terminou distante do luxo. Meses antes de morrer, ele pediu desculpas públicas por maus-tratos a animais durante sua carreira, o que gerou polêmica e ameaças à família, além de críticas do meio do rodeio.
Diagnosticado com HIV em 2007 e, dez anos depois, com câncer na garganta, Asa Branca enfrentou a doença até o fim. O câncer evoluiu para metástase, levando-o à morte em fevereiro de 2020. O locutor deixou cinco filhos, cada um de uma relação diferente, e foi acompanhado até o fim por Sandra, seu primeiro amor, retratada no filme.
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