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Paciente do primeiro transplante de fígado em Alagoas recebe alta da UTI

21/05/2021
Paciente do primeiro transplante de fígado em Alagoas recebe alta da UTI

Fora da UTI, paciente tem perspectiva de receber alta hospitalar em breve. Cirurgia foi realizada por equipe da Santa Casa de Maceió na última sexta-feira (14) / Foto: Assessoria

Vítima de cirrose, em decorrência de uma Hepatite B, o homem de 57 anos que recebeu o primeiro transplante de fígado em Alagoas passa bem e teve alta da UTI na quarta-feira (19). A cirurgia foi realizada na última sexta-feira (14), na Santa Casa de Maceió, única instituição no Estado credenciada pelo Ministério da Saúde para esse tipo de intervenção.

“Na segunda-feira (17), exames mostraram que o fígado implantado estava funcionando plenamente. O paciente se recupera bem, está fora da UTI e com boas perspectivas de receber alta hospitalar em breve”, disse o cirurgião Oscar Ferro, coordenador do Programa de Transplantes de Fígado do hospital.

O paciente estava inscrito na Lista de Transplantes de Pernambuco, uma vez que Alagoas ainda não realizava este procedimento, mas passou a integrar a fila alagoana em 11 de março. Dois meses e dois dias depois, um órgão compatível surgiu e foi transplantado em seis horas de cirurgia. A doadora foi uma mulher de 43 anos, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH).

Além de Oscar Ferro, a cirurgia de grande porte foi realizada pelo grupo formado pelos cirurgiões Felipe Augusto Porto e Leonardo Wanderley Soutinho, e pelos anestesistas Cira Queiroz e Danillo Amaral. Com o início das atividades do Programa de Transplante de Fígado, a Santa Casa de Maceió abraça todos os níveis de complexidade cirúrgicas com o transplante de rim e de coração.

PROGRAMA – Durante cinco anos, a Santa Casa de Maceió realizou apenas a captação de fígado (cirurgia de retirada) e enviava o órgão para outros estados. A excelência do trabalho executado na instituição despertou a atenção da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que apoiou o hospital alagoano, e do Ministério da Saúde, que o incluiu na rede de hospitais que já realizam transplantes no Brasil.

“Mais importante que o pioneirismo, é poder ofertar essa modalidade terapêutica, sem distinção, para todos os alagoanos pelo SUS. Está de parabéns todo o hospital pelo esforço científico que fez para esse momento, toda equipe que se dedicou estudando e trabalhando durante meses para dar início ao Programa de Transplante de Fígado, e o Governo e Alagoas por ter acreditado na medicina do estado e em nossa Santa Casa de Maceió”, disse o diretor médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto.

Para o pleno funcionamento do Programa de Transplante de Fígado, a família de pacientes com diagnóstico de morte encefálica confirmado tem papel fundamental. Mensagens por escrito deixadas pelo doador não são válidas para autorizar o procedimento. O processo de retirada de qualquer órgão só acontece após os familiares darem o aval da cirurgia, assinando um termo.

“O diagnóstico de morte encefálica é extremamente seguro. Se houver dúvidas, ele não é dado. O doador passa por uma avaliação neurológica e faz um exame complementar de imagem (doppler transcraniano) para fechar a análise”, explicou o cirurgião Felipe Augusto Oliveira.