Brasil
Inicialmente ignorado, há 10 anos o zika vírus chegava nas terras e nas veias sanguíneas brasileiras
Importante marco na história da saúde pública brasileira, a chegada do zika vírus ao Brasil marcou para sempre a sociedade com a descoberta da relação entre a doença e casos de microcefalia infantil.
Suspeita-se que o zika vírus tenha chegado ao Brasil durante a Copa de 2014, quando o país viu um grande influxo de estrangeiros de onde a doença é endêmica, como África e Pacífico Sul.
Como seus sintomas são parecidos, e até menores, aos de outras doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a dengue e a chikungunya, não houve grande preocupação pública com sua chegada.

Dentre os principais sintomas estão uma febre leve, dores no corpo, manchas vermelhas e coceiras na pele, e irritação nos olhos.
Foi em 2015, contudo, que a doença começou a chamar maior atenção das autoridades médicas. No ano, um número anormal de casos de microcefalia, doença congênita de má formação no cérebro do feto, foi notado no Brasil, levando os cientistas e médicos investigarem os motivos.
Logo se percebeu que muitos desses bebês haviam nascido de mães que contraíram o zika vírus durante a gestação.
A correlação ocasionou na declaração de um estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) no país e estudos subsequentes em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmaram as suspeitas de que o zika não só está associado a microcefalia, mas também a outros problemas neurológicos, como problemas de visão, surdez, e até mesmo o desencadeamento da síndrome de Guillain-Barré em adultos.
Com essa descoberta, houve uma grande mobilização do governo e da sociedade civil, sendo lançadas campanhas de conscientização de combate ao Aedes aegypti, aplicação de inseticidas, distribuição de repelentes e mutirões para eliminar focos do mosquito.
O aumento vertiginoso nos casos de microcefalia também trouxe a atenção do público à doença, fortalecendo movimentos sociais em torno dos direitos das crianças afetadas, melhorias no tratamento e até mesmo o estabelecimento de uma pensão vitalícia para os bebês afetados com a doença em decorrência do zika vírus em 2020.

Desde então, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade de São Paulo estão trabalhando em uma vacina com base no DNA do vírus. Já o Instituto Butantan trabalha em uma a partir da tecnologia do vírus inativo.
Ainda assim, até hoje não existe uma vacina ou um tratamento específico. Mas depois de tanto trabalho, os casos de zika diminuíram no país, e os esforços no combate ao mosquito continuam.
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