O Natal e seus significados ocultos

23/12/2024
O Natal e seus significados ocultos

Se aproxima a data mais significativa para a humanidade. O Natal. Uma palavra simples que carrega em si um universo de significados. Ao mencioná-la, imagens surgem em nossas mentes: as luzes que piscam nas janelas, as mesas fartas, o vai e vem das lojas lotadas, a música alegre que preenche o ar. Mas, para além do brilho superficial, o que realmente significa o Natal? Essa é uma pergunta que ecoa em cada canto, mas às vezes, é abafada pelo barulho da correria e do consumismo.

O significado do Natal é profundo. Ele ultrapassa religião e tradição. Nasce na ideia de que somos capazes de nos renovar, de buscar dentro de nós mesmos aquilo que há de mais puro: o amor, a esperança e o perdão. Não por acaso, é no fim do ano, quando os ciclos se encerram, que ele acontece. O Natal nos chama para refletir sobre o que construímos, o que destruímos, o que deixamos de lado.

No entanto, é preciso cuidado. Às vezes, o verdadeiro espírito do Natal se esconde entre os embrulhos coloridos e o brilho das decorações. Será que, ao focarmos na busca incessante pelos presentes perfeitos, não esquecemos de oferecer o maior presente de todos? Nossa presença verdadeira. O Natal nos lembra de olhar para os outros não como consumidores ou concorrentes, mas como irmãos de jornada, compartilhando as mesmas dificuldades e sonhos.

Quando penso no Natal, lembro de uma história que minha avó costumava contar. Era sobre um homem que vivia em uma pequena vila e, todos os anos, dedicava seu tempo para visitar aqueles que estavam sozinhos. Não levava presentes materiais, apenas sua companhia. Sentava, ouvia, dividia risadas e, às vezes, lágrimas. Quando lhe perguntavam por quê fazia isso, ele sorria e dizia: “Porque no Natal, eu também preciso de companhia. E eles me oferecem o que nenhum presente pode dar: um pouco de humanidade”.

Essa história me toca porque traduz o que deveríamos buscar no Natal. Sim, é bonito ver as ruas iluminadas, as mesas fartas, mas o verdadeiro brilho da data está nos pequenos gestos, na generosidade silenciosa, no calor das relações humanas. Natal é um lembrete de que ainda podemos ser melhores, mais compassivos, mais humanos.

Quando as luzes se apagarem e os presentes forem esquecidos, o que vai permanecer é aquilo que oferecemos de verdade aos outros: nosso amor, nosso tempo e nossa empatia. Esse é o verdadeiro significado do Natal, e ele não está à venda.

Vladimir Barros

Vladimir Barros

É advogado militante, formado pela Universidade Federal de Alagoas e pós-graduado em Direito Processual e Docência Superior. Jornalista filiado ao Sindjornal/FENAJ, é membro efetivo da Associação Alagoana de Imprensa (AAI) e da Associação Brasileira de Imprensa; Editor do Jornal Tribuna do Sertão. É também membro da Academia Palmeirense de Letras (Palmeira dos Índios) e fundador da Rádio Cacique FM.