Contagem regressiva

07/05/2024
Contagem regressiva
Urna eletronica - Foto: Reprodução / internet


Na contagem regressiva para as eleições, o relógio político do Brasil marca 150 dias até o primeiro domingo de outubro, quando milhões de brasileiros irão às urnas para decidir o futuro de suas cidades. Na esfera da política, onde segundos podem ser decisivos, 150 dias não são apenas uma margem de tempo; são uma reta final onde cada dia conta, cada movimento é calculado e cada voz tem o potencial de ecoar mudanças.

Nas ruas, o cenário já vibra com a energia de uma pré-campanha não oficial, mas intensamente ativa.

As redes sociais já estão saturadas de discursos e promessas. Candidatos, partidos e eleitores já respiram o ar pesado da disputa eleitoral, antecipando o que será, sem dúvida, uma corrida acirrada e repleta de reviravoltas.

Neste cenário, os políticos que ainda titubeiam sobre lançar ou não suas candidaturas estão, a cada hesitação, perdendo preciosos segundos. A dúvida é um luxo que o relógio eleitoral não perdoa. Para aqueles que aspiram a uma cadeira no legislativo ou executivo, mas ainda não decidiram entrar oficialmente na disputa, o aviso é claro: o bonde da história está em movimento, e aqueles que não embarcarem agora podem não ter outra chance.

A história política brasileira nos mostra que a antecipação e o planejamento podem ser tão decisivos quanto as propostas de um candidato. Em eleições passadas, vimos ascensões meteóricas e quedas abruptas, muitas vezes determinadas não apenas pelo que foi dito, mas quando e como foi dito. A janela de oportunidade para impactar o eleitorado e ganhar visibilidade está se fechando rapidamente, e a contagem regressiva já começou.

À medida que os dias diminuem, a intensidade da campanha aumenta. As estratégias são desenhadas não apenas em gabinetes fechados, mas em conversas ao pé do ouvido em cafés, em reuniões virtuais que atravessam fusos horários e em debates acalorados nas praças públicas. O ambiente é de uma urgência palpável, com cada candidato tentando capturar a atenção, a imaginação e, eventualmente, o voto dos eleitores.

Para os eleitores, esse período é também de avaliação crítica. Com a democratização da informação, nunca foi tão fácil acessar históricos de candidatos, verificar fatos e confrontar promessas com realizações passadas. O eleitorado está mais capacitado, mais crítico e, consequentemente, mais exigente. Eles sabem que, assim como para os candidatos, para eles também o tempo é um recurso valioso.

Os próximos 150 dias serão, sem dúvida, um turbilhão de atividades, promessas e retórica. Para os candidatos, é o momento de solidificar bases, de esclarecer posições e de convencer o eleitorado de que são a melhor escolha. Para os eleitores, é um período de reflexão e decisão. E para a democracia brasileira, é mais um teste de sua maturidade e resiliência.

Que os candidatos façam bom uso desse tempo, pois na política, assim como na vida, quem hesita está não apenas perdendo um momento, mas talvez uma história inteira.

Vladimir Barros

Vladimir Barros

É advogado militante, formado pela Universidade Federal de Alagoas e pós-graduado em Direito Processual e Docência Superior. Jornalista filiado ao Sindjornal/FENAJ, é membro efetivo da Associação Alagoana de Imprensa (AAI) e da Associação Brasileira de Imprensa; Editor do Jornal Tribuna do Sertão. É também membro da Academia Palmeirense de Letras (Palmeira dos Índios) e fundador da Rádio Cacique FM.