Graciliano e a moral pública

19/05/2022
Seu Quincas era o homem que cuidava de matar os porcos(vagantes) a mando do Prefeito. Uma tarde Graciliano Ramos ao ver o “Fiscal da Correção” voltar sem nenhum resultado, perguntou, meio arreliado: - Então, não matou nenhum porco hoje? – Nenhum, Excelência. – E não encontrou nenhum porco pelas ruas? - Encontrei, Excelência! – gaguejando: “Encontrei em frente ao Vapor de Algodão, mas os porcos eram do “coronel” Sebastião e não matei Excelência, o senhor entende... seu pai”.-  Enfurecido com o não cumprimento do Fiscal à sua ordem, Graciliano solicitou ao Secretário da Administração a demissão do mesmo: “Seu Marçal, bote esse homem pra fora. Deixou de cumprir as minhas ordens. Prefeito não tem pai. Pena que o prefeito de hoje, em Palmeira dos Índios, em nada se parece a Graciliano. Em tempo, “seu Marçal” era meu avô que ajudou o prefeito na moralização da administração.
Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.