Usurpando competências

23/02/2017

Por absurdo que pareça a prefeitura de São Paulo está proibida de apagar novos grafites, sem a consulta aos órgãos da sociedade civil.

Uma liminar foi concedida pela justiça e visa “proteger o patrimônio cultural composto pelos grafites, inscrições artísticas e murais espalhados pelos espaços urbanos públicos da cidade de São Paulo”, como se isso não fosse competência exclusiva do Executivo. Assim que assumiu a administração, o prefeito João Doria elegeu a pichação como inimiga da cidade e causou polêmica ao apagar grafites pela cidade.

A tutela antecipada, assinada pelo juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara de Fazenda Pública, ainda determina multa diária de R$ 500 mil caso a gestão volte a apagar grafites sem prévia manifestação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (CONPRESP), ou mesmo do Conselho Municipal de Política Cultural.

Está havendo na verdade não só lá como por aqui também uma séria e absurda usurpação de poder por parte de juízes e promotores que se imaginam “amigos de Deus” . Onde já se viu governador ou prefeito submeter suas ações ao crivo do Poder Judiciário ou do Ministério Público?

Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.