A história triste de uma mãe

31/05/2016

Muito triste a história de dona Olga Guedes da Silva de 96 anos de idade ao ver a casa onde reside e se sentia dona ser confiscada por determinação do juiz Sérgio Moro. Havia ganhado a casa do “filho herói” que tanto a orgulhava desde os idos dos anos 60 quando militava como um dos maiores líderes do movimento estudantil brasileiro. Como mãe acompanhou os caminhos de sofrimento, o exílio e as perseguições políticas. Depois veio o retorno, a volta à política e a glória que o fizeram um dos homens mais importantes país. Sonhou em ver o filho presidente e assim seria se a história não mudasse o rumo das coisas. Testemunhou a queda, a prisão e a condenação pela prática de vários crimes que combateu em sua ideologia jogada na lama. Hoje assiste o “herói Macunaíma” pagar uma condenação de quase trinta anos de cadeia e ainda ficará sem sua casa. Se ela pudesse olhar em seus olhos e lhe perguntar o por quê? Certamente ele lhe diria tal qual o escorpião: “É o caráter minha mãe”.

A Polícia Federal (PF) descobriu que o ex-ministro José Dirceu usou um laranja para comprar a casa onde sua mãe, Olga Guedes da Silva, 94, mora em Passa Quatro, no Sul de Minas Gerais. A casa foi comprada em 2005 – quando ele ainda era ministro da Casa Civil do governo Lula – por R$ 250 mil.

Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.